A feira apresentará o que há de mais moderno na produção e processamento, com exibição de tecnologias, inovações e fomento de negócios.
A 4ª edição da ExpoMeat – Feira Internacional para a Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal atrai as atenções dos principais atores dessa poderosa cadeia produtiva. Os organizadores preparam um evento rico em temas e abordagens, para receber os profissionais da indústria frigorífica. O evento será realizado entre os dias 28 e 30 de março, no Distrito Anhembi, em São Paulo.
A feira apresentará o que há de mais moderno na produção e processamento, com exibição de tecnologias, inovações e fomento de negócios. Reunirá grandes players do setor, com mais de 230 marcas expositoras e cerca de 130 palestras técnicas. Dentro da programação abrangente, a sustentabilidade da pecuária será um mote recorrente.
Um dos destaques confirmados é o Radar Verde, o primeiro indicador de acesso público no Brasil, que visa mostrar para os consumidores quais frigoríficos e supermercados têm maior controle e transparência sobre sua cadeia da carne. O Radar Verde é uma iniciativa do Instituto O Mundo Que Queremos (IOMQQ) e do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Desmatamento na Amazônia
Alexandre Mansur, diretor de projetos do Mundo Que Queremos e um dos coordenadores do Radar Verde
Radar Verde é o primeiro indicador de acesso público sobre o tema, no Brasil. Reúne pesquisadores reconhecidos no estudo das políticas de transparência de frigoríficos e redes varejistas, na perspectiva de garantir que a carne comprada e vendida por essas empresas não esteja associada ao desmatamento na Amazônia.
Mauro Lúcio Costa, dono da Fazenda Marupiara, em Paragominas (PA)
De acordo com Alexandre Mansur, diretor de projetos do Mundo Que Queremos e um dos coordenadores do Radar Verde, a pecuária pode ser mais eficiente, mais lucrativa e menos danosa à floresta. “Ou seja, é possível continuar comendo carne, exportar e proteger a Amazônia do desmatamento. Em vez de desmatar indefinidamente, para a implantação de pastagens de baixa qualidade e manejo extensivo arcaico, otimizar a produtividade em menos áreas e com maior adensamento de animais por hectare”, afirma. “E o consumidor de carne pode ajudar nisso. Sabendo como está cada empresa, o comprador pode fazer suas escolhas, premiando as marcas mais comprometidas e transparentes.”
Sinopse de Estudos
O Radar Verde disponibiliza conteúdos relevantes para o público que vai participar da 4ª ExpoMeat. São textos compactos, produzidos e assinados por especialistas que analisam cenários, fornecem números e demonstram as vantagens de conter o desmatamento da Amazônia, sem deixar de produzir mais e melhor.
Um novo modelo de negócios é necessário para aumentar a produtividade da pecuária na Amazônia – analisa como a atividade está associada ao desmatamento na região amazônica e o que fazer para conter a expansão de pastagem, mantendo ou mesmo aumentando o nível de renda dos pecuaristas.
Políticas para desenvolver a pecuária na Amazônia sem desmatamento – busca responder como a Amazônia Legal pode produzir mais sem desmatar, empregando técnicas e recursos financeiros já disponíveis.
Dinamismo de emprego e renda na Amazônia Legal: agropecuária – identifica que a atividade demite trabalhadores, ao mesmo tempo em que aumenta a área destinada a pastagens e cultivos.
Menos boi, mais carne – dedica-se a compreender diferentes indicadores para medir a produtividade da pecuária bovina e/ou da cadeia da carne na Amazônia Legal.
Resultados do levantamento
O Relatório Final Radar Verde mais recente traz os resultados do levantamento realizado pela primeira vez no país e que passará a ter edições anuais. O indicador convidou 90 frigoríficos e 69 redes varejistas a comprovar que suas políticas garantem que a carne que compram e vendem não está associada ao desmatamento na Amazônia. Apenas 5% das empresas aceitaram participar e nenhuma autorizou a divulgação de sua classificação final.
Por fim, um case emblemático e animador está descrito em entrevista feita pelo Radar Verde com o pecuarista Mauro Lúcio Costa, dono da Fazenda Marupiara, em Paragominas (PA), há 26 anos. Em 2022, a produtividade de seu rebanho foi de 969 quilos por hectare, uma das maiores da região. E mais de seis vezes a média brasileira, que gira em torno de 150 quilos por hectare.
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