Por Sergio Saud, presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia)
A resposta para a pergunta do título poderia ser simples: Porque dá mais lucro!
Mas, nosso objetivo não é só apresentar a inseminação artificial (IA) como uma ferramenta que vai ajudar o criador a melhorar os seus resultados. Nossa proposta é descrever o passo a passo de um programa de inseminação artificial (IA) na fazenda, desde o início, com os requisitos para uma implantação correta, orientando sobre cada etapa e atentando para todos os detalhes que vão assegurar o sucesso no uso da técnica.
A IA é largamente difundida no mundo. Principalmente quando se trata de pecuária leiteira de alta produção. Mas, é acessível e pode ser utilizada por pequenos, médios e grandes produtores.
No Brasil, a IA está presente desde os anos 70, quando aqui se instalaram as primeiras Centrais de Inseminação Artificial, como são conhecidas as empresas que produzem e comercializam sêmen de touros considerados geneticamente superiores. Estes touros são oriundos de rebanhos que participam de um ou mais programas de seleção genética, onde os filhos e filhas desses touros são avaliados e, assim, o touro passa a ser provado, demonstrando a sua capacidade de transmitir a seus descendentes determinadas características positivas da raça.
Entre as muitas vantagens da Inseminação Artificial, destacam-se:
– MELHORAMENTO GENETICO E PRODUTIVO DO REBANHO, de forma mais rápida e com menor custo, através da possibilidade de usar o sêmen de touros geneticamente superiores, que vão gerar, por exemplo, bezerras mais sadias e com maior capacidade de produção leiteira.
– O USO DA IA É MAIS ECONOMICO QUE MANTER UM OU MAIS TOUROS NA PROPRIEDADE, por muitas razoes: no lugar de um touro, pode-se colocar uma ou duas novilhas e, muitas vezes, a presença do touro exige uma adequação no manejo da fazenda e pode causar acidentes com as fêmeas ou funcionários ou mesmo uma maior necessidade de manutenção nas instalações.
– AUMENTO DO NÚMEROS DE DESCENDENTES DE EXCELENTES REPRODUTORES, em vez de manter o mesmo touro na fazenda, que muitas vezes acaba acasalando com as próprias filhas, levando a um aumento da consanguinidade no rebanho. Na IA, pode-se usar diferentes touros com características especificas para corrigir os problemas do rebanho.
– PADRONIZAÇÃO DO REBANHO, através do nascimento de bezerras com uma qualidade genética superior, apresentando uma estrutura corporal semelhante, com mais saúde, maior capacidade produtiva e muito mais precoces.
– MELHOR CONTROLE SANITÁRIO E ZOOTÉCNICO DO REBANHO, pois as fêmeas inseminadas estão muito menos expostas ao risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis, bastante comum nos casos de monta natural, com o uso de touros. E, através do uso da IA, passa-se a ter um melhor controle das fêmeas inseminadas, com o registro de dados mais precisos sobre cada fêmea, como a data do serviço, o touro escolhido, a data da previsão do parto e da secagem das vacas, facilitando o manejo do rebanho e o planejamento das atividades, na fazenda.
Diante de todos esses benefícios, é fácil entender porque a inseminação artificial é tão largamente utilizada por milhões de criadores no mundo. Mas, o criador deve estar atento com o que chamamos de Equação do Sucesso na Inseminação Artificial.
Essa equação é uma combinação de fatores que influenciam os resultados em um programa de IA. Entre eles, podemos ressaltar: o manejo adequado da propriedade e do rebanho, a capacitação do inseminador, o nível de fertilidade do rebanho e a qualidade do sêmen utilizado.
Nos próximos artigos, abordaremos cada um desses fatores para que o criador possa conhece-los e saber como controla-los, para que o resultado do programa de inseminação artificial no seu rebanho seja um grande sucesso.
*Artigo originalmente publicado na edição junho/julho da revista Mundo do Leite.
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