Pecuária de corte e seu futuro, onde vamos chegar?

Precocidade sexual, sustentabilidade, aumento de lucro e o nelore com a carne marmorizada são o futuro da pecuária de corte

Por Thiago Pereira

O mundo hoje passa por inúmeras mudanças em suas mais diversas áreas. Claro, não poderia ser diferente com o setor que é a base da alimentação humana, o Agronegócio. Mas quais são e como isso afeta a pecuária de corte?

O Brasil está hoje na primeira posição com o maior rebanho comercial do mundo, com aproximadamente 220 milhões de cabeças, entretanto parece viver agarrado ao passado. Esse fator limita e nos deixa pequenos diante da concorrência.

Quando analisamos o histórico da pecuária de corte, lembramos daquele gado que era criado para ser abatido com 38, ou mais, meses de idade. Temos ainda a grande questão do “carne marmorizada” só em animal confinado e com raça especializada pra isso. E na minha opinião como consultor, a pior de todas as heranças que nós pudéssemos trazer: “sal mineral ou proteinado para o gado é besteira, sal branco é melhor e mais barato”. Triste, mas ainda ouvimos muito disso a campo.

Pois bem, vamos nos atentar para alguns desses fatos que antes eram considerados impossíveis na mente do produtor e provar que a pecuária de corte pode ser considerada hoje como “vivendo no futuro”.

Futuro esse que é definido pelas palavras: Sustentabilidade, Produtividade e Precocidade.

A sustentabilidade é um assunto que hoje é uma meta para qualquer propriedade que queira se manter no mercado. O consumidor quer saber de onde vem e como é produzido o alimento que ele está comprando. Produção com bem-estar animal, preservação do meio ambiente e preocupação social são três pontos que devem estar no selo de qualquer fazenda, seja através da ILP, ILPF ou até mesmo o uso de Biodigestores para tratamento e aproveitamento do resíduo.

Veja também sobre ILPF: 

Os maiores criadores de gado tem percebido que a produtividade, antes analisada só pela agricultura, tem se mostrado como um dado de suma importância para a rentabilidade do negócio, seja ela apenas um ciclo de produção ou ele completo. O pecuarista precisa entender que não existe mágica na pesquisa, e aqueles que entendem isso são os que despontam na frente dos outros. O que antes era considerado impossível hoje é realidade: Produzir um boi de 21@ com apenas 24 meses.

Fazendas que possuem esse sucesso:

Sabe qual o gargalo para que os produtores consigam sucesso nessa tecnologia? Planejamento. Para se alcançar 7@ em cada fase é preciso ter planejamento de ponta. Se você preconizar sua nutrição e o bem-estar desses animais, dando a eles oportunidade de ganhar peso em todas as fases de forma eficiente, você terá precocidade, melhor qualidade da carcaça e um aumento de até 30% no lucro da sua fazenda.

Estamos falando de animais com genética provada, fêmeas nelore que vão iniciar sua vida sexual aos 14 meses, utilização de touros que são provados e que apresentam precocidade.

O Brasil com o maior rebanho comercial do mundo tem somente 20% dos seus touros tendo passado por algum programa de seleção. Ou seja, temos uma produção média de 1,2 milhão de toneladas de carne para exportação que é produzida com genética escolhida no “olho”.

Aprenda como obter esses números no seu rebanho:

Não podemos deixar de falar da maior conquista que o Nelore tem conquistado nos últimos anos: a carne marmorizada. Sim, meus amigos, o nelore está com seleção sendo feita para se alcançar o marmoreio na sua carne, essa conquista vem crescendo a cada ano com as pesquisas e seleções que são realizadas por diversas frentes. Mas é preciso fazer o dever de casa para se alcançar tal feitio.

Depois de tais fatos, é hora de quebrarmos as barreiras impostas pelo tradicionalismo das raízes da pecuária. Hoje para se produzir e ter lucro é preciso trabalhar de forma intensiva e sustentável, garantindo um aumento de produtividade com redução na idade ao abate aliada a preservação dos recursos naturais.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM