Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), 72% das empresas familiares no Brasil não possuem um plano de sucessão familiar voltado para os cargos-chave que envolve seus descendentes.
O agronegócio brasileiro é, em sua essência, formado por empresas familiares que têm construído legados ao longo de gerações. Histórias de superação e resiliência permeiam o setor, mas a sucessão familiar representa um desafio crucial para a continuidade desses legados.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), 72% das empresas familiares no Brasil não possuem um plano de continuidade voltado para os cargos-chave que envolve seus descendentes. Isso levanta questões sobre a estabilidade e o futuro das organizações que desempenham um papel fundamental na economia do país. Mas como garantir uma transição tranquila e manter o sucesso da empresa nas mãos da próxima geração? Continue a leitura e descubra os passos essenciais para uma sucessão familiar bem-sucedida no agronegócio.
Entendimento do contexto da família para sucessão familiar
Para iniciar um processo de sucessão familiar bem-sucedido, é essencial entender as dinâmicas familiares que envolvem a empresa. Identificar papéis, responsabilidades e as relações entre os membros da família pode ajudar a delinear um caminho claro para a transição.
Planejamento da sucessão
Um planejamento sucessório estruturado não é apenas uma necessidade, mas uma urgência. Jurema Aguiar de Araújo, conselheira de empresas, destaca que a falta desse planejamento pode levar à perda de competitividade e a conflitos familiares. As empresas familiares enfrentam um cenário ainda mais desafiador, já que o agronegócio é um setor cíclico e possui características únicas. Um plano claro deve ser estabelecido, definindo objetivos e metas que busquem garantir a continuidade dos negócios e a preservação dos valores familiares.
Desenvolvimento de competências
A capacitação da nova geração é um fator crucial. Investir em educação, cursos e experiências práticas é fundamental para preparar os sucessores para as responsabilidades que virão. A presença de mentores e conselheiros experientes pode ser um diferencial significativo nesse processo.
Gestão financeira e patrimonial
Um dos aspectos mais importantes do planejamento sucessório é a gestão financeira e patrimonial. Avaliar o patrimônio familiar e estruturar a parte financeira pode evitar conflitos no futuro. A transparência em relação às finanças da empresa é vital para que todos os membros da família compreendam a situação econômica e suas implicações.
Diálogo aberto e transparente
Estabelecer uma comunicação clara entre as gerações é fundamental. Discutir abertamente expectativas, preocupações e o futuro da empresa pode ajudar a eliminar tabus e facilitar o processo de sucessão. O desconforto em abordar a finitude da liderança pode impedir a preparação adequada dos sucessores, tornando a discussão ainda mais necessária.
Apoio profissional e consultoria
Buscar auxílio de consultores e especialistas é um passo inteligente para famílias que desejam garantir uma transição suave. Profissionais podem oferecer insights e estratégias valiosas, evitando armadilhas comuns e promovendo um planejamento mais eficaz.
Documentação legal
Formalizar a sucessão é imprescindível. Isso envolve a elaboração de documentos legais, como testamentos e contratos de herança, que asseguram a continuidade dos negócios e reduzem potenciais conflitos futuros.
Adaptação às mudanças do mercado
O agronegócio está em constante transformação, e os sucessores precisam estar preparados para lidar com inovações e novas demandas. A flexibilidade para adaptar o negócio às mudanças do mercado é uma característica que pode determinar o sucesso da empresa.
Estatísticas do IBGC revelam que na sucessão familiar apenas 30% das empresas familiares sobrevivem à transição da primeira para a segunda geração, e essa taxa diminui ainda mais nas sucessões subsequentes. Dados da PwC apontam que 75% das empresas familiares fecham após os herdeiros assumirem o negócio. Portanto, conhecer casos de sucesso pode oferecer lições valiosas e inspirar as famílias a adotarem práticas que favoreçam a continuidade.
Em resumo, a sucessão familiar na agropecuária é um tema que exige atenção e planejamento. Com um olhar voltado para o futuro, as famílias podem garantir a continuidade de suas histórias, preservar seus legados e enfrentar os desafios do setor. O tempo ideal para iniciar esse processo varia, mas a preparação deve ocorrer com antecedência, preferencialmente entre os 55 e 65 anos, quando os sucessores estão se tornando adultos. Assim, a transição pode ser realizada de forma tranquila, permitindo que os fundadores aproveitem suas novas rotinas e ao mesmo tempo assegurem a saúde e a continuidade de seus negócios para as próximas gerações.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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