O documento elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê que o parque gerador nacional passará dos atuais 200 GW para 275 GW em 2031.
SÃO PAULO (Reuters) – O governo estima que a capacidade instalada para geração de energia elétrica aumentará 37% nos próximos dez anos, alcançando 275 gigawatts (GW) em 2031, com as fontes eólica e solar ganhando espaço na matriz enquanto a hídrica terá sua fatia reduzida a menos de 50%.
As informações constam na minuta do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031, que foi colocada em consulta pública nesta segunda-feira. O documento elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê que o parque gerador nacional passará dos atuais 200 GW para 275 GW em 2031.
Um dos principais destaques é a geração distribuída de energia — pequenas usinas para geração própria, normalmente solares, instaladas em telhados ou terrenos. Essa modalidade deverá atingir 37 GW em dez anos (ante 8 GW atuais), chegando a 14% da capacidade instalada total, segundo o PDE 2031.
Já no caso das hidrelétricas, que sofreram no ano passado com o pior nível de chuvas em 90 anos, a expectativa é de que sua participação relativa na matriz continue caindo. Em 2031, as hidrelétricas devem representar 45% da capacidade instalada total do país, contra 58% em 2021 e 83% no início dos anos 2000.
O governo prevê ainda um aumento de 12 GW da oferta de térmicas não renováveis, que podem ser movidas a gás natural, carvão mineral, óleos combustível e diesel e gás industrial. A expectativa é de que esse grupo de usinas some 35 GW em 2031.
TRANSMISSÃO
O PDE 2031 também trouxe estimativas de crescimento da transmissão de energia elétrica. A expectativa é que a rede de linhas de transmissão cresça 19% no período, passando a ter uma extensão total de 209 mil quilômetros. Também estima-se aumento de 28% na capacidade de transformação de subestações.
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INVESTIMENTOS
Em termos de investimentos, a expansão de oferta elétrica deverá exigir aportes de 528 bilhões de reais até 2031, segundo cálculos do governo. Desse total, espera-se que a geração centralizada atraia 292 bilhões de reais, enquanto a geração distribuída demandará 135 bilhões de reais. Outros 101 bilhões de reais deverão ser destinados ao segmento de transmissão.
O cenário de referência do governo para o PDE 2031 prevê um crescimento médio de 3,4% ao ano da carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) até 2031. A perspectiva para o PIB brasileiro é de crescimento médio anual de 2,9% no mesmo horizonte.
Fonte: Reuters