Papel das mulheres impulsiona cafeicultura no Cerrado Mineiro

Projetos inspiradores impulsionam o papel das mulheres na cafeicultura da Região do Cerrado Mineiro; mulheres estão liderando mudanças positivas em suas comunidades

No mês em que celebramos a força e a resiliência das mulheres, é essencial destacar o impacto significativo que elas têm no setor agrícola, especialmente na cafeicultura. Por meio de projetos inovadores e inspiradores, mulheres em todo o país estão não apenas conquistando espaço, mas também liderando mudanças positivas em suas comunidades e na indústria como um todo. Na Região do Cerrado Mineiro, três projetos exemplares estão impulsionando o papel das mulheres no agronegócio, especialmente na cafeicultura, e inspirando iniciativas semelhantes em todo o Brasil.

Mulheres que Inspiram

Na Cooperativa Agropecuária de Carmo do Paranaíba (Carpec), o Projeto Mulheres que Inspiram busca agregar conhecimento e valor às empreendedoras envolvidas na produção de café. Com foco na formação integral das produtoras, oferece treinamentos específicos, incentiva a gestão sustentável das propriedades e promove a participação ativa delas nas decisões relacionadas à cafeicultura. Além de fortalecer as habilidades técnicas, o projeto cria uma rede de apoio e troca de experiências entre as mulheres, impulsionando o desenvolvimento pessoal e profissional.

A coordenadora do projeto, Tatiana Oliveira, destaca que o principal impacto do trabalho na vida das mulheres foi o desenvolvimento da autoconfiança, autoconhecimento e habilidades técnicas adquiridas por meio de diversos encontros, reuniões e workshops. “Através dessas atividades, as mulheres se tornaram protagonistas de suas próprias histórias, fortalecendo seu papel em todos os aspectos da sociedade. Fornecemos informações e treinamentos com o objetivo principal de agregar conhecimento, valor e promover conexões entre elas. O diferencial do nosso projeto é que capacitamos as produtoras não apenas em relação à qualidade do café, mas também na gestão da propriedade como um todo. Conseguimos agregar valor aos cafés produzidos por essas mulheres e estamos confiantes de que 2024 será um ano inovador, repleto de oportunidades de rentabilidade e crescimento”, conta Tatiana.

Programa Elas no Café
Foto: Divulgação

Elas no Café

Desde 2015, a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer) tem promovido o Programa Elas no Café, com o objetivo de ampliar a participação feminina no agronegócio café. Por meio de workshops, visitas técnicas, eventos e uma série audiovisual, o programa capacita e inspira mulheres em todas as etapas da cadeia produtiva do café. Além de promover o conhecimento e a profissionalização, a iniciativa reconhece o importante papel dessas profissionais na cafeicultura, incentivando a inovação, a qualidade e a sustentabilidade.

De acordo com Sandra Moraes, gerente de Cafés Especiais da Expocacer e idealizadora do programa, o Elas no Café valoriza e estimula a crescente participação e representatividade feminina na cafeicultura e tem inspirado as mulheres a se dedicarem à cadeia produtiva do grão de forma a impactar o negócio da família. Desde 2018, o número de cooperadas mulheres aumentou de 53 para 116, incluindo esposas, filhas e netas de cooperados. “Através do programa, oferecemos capacitação, facilitamos a troca de conhecimentos e proporcionamos experiências enriquecedoras. Além disso, comercializamos os cafés produzidos, destacando sempre a importância do trabalho feminino em todas as etapas, desde a lavoura até a xícara”, explica.

Flores do Café e do Bem-Estar

Idealizado em maio de 2023 pelo Mulheres AGRO UFV-CRP, o Projeto Flores do Café e do Bem-Estar visa aumentar o poder de decisão das mulheres na cafeicultura. Com um tripé que combina conhecimento técnico, equilíbrio emocional e inspiração com as responsáveis, professora Maria Elisa, coordenadora do Mulheres AGRO UFV-CRP, Lorena Mangabeira e Lucimar Silva, o projeto oferece capacitações de alta qualidade, jornadas individuais de autoconhecimento e histórias inspiradoras de mulheres do café. Além de capacitar produtoras, gestoras, baristas e colaboradoras, o projeto promove um ambiente inclusivo e igualitário, onde todas as mulheres se sintam valorizadas e empoderadas.

Projeto Flores do Café e Bem-Estar
Foto: Divulgação

O impacto do projeto Flores do Café e do Bem-Estar nas mulheres foi altamente positivo, de acordo com Maria Elisa de Sena Fernandes. “Elas demonstraram um aumento significativo no conhecimento, no poder de expressão e na capacidade de tomada de decisão em suas fazendas. A introdução de novos conhecimentos permitiu que expressassem suas opiniões, o que foi bastante valorizado. Além disso, o projeto incentivou a adoção de novas tecnologias, ampliando suas perspectivas e promovendo impactos positivos no bem-estar, na felicidade e no autoconhecimento. Especificamente, as mulheres relataram melhorias na sua disposição em cuidar de si mesmas, na sua capacidade de se organizar em equipe e em geral se sentiram mais bem preparadas e organizadas”, destaca Maria Elisa.

Segundo o diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, esses projetos não apenas capacitam e fortalecem as mulheres na cafeicultura, como também inspiram outras iniciativas similares em todo o país. “Ao promover a equidade de gênero, estimular práticas sustentáveis e facilitar o acesso aos mercados, esses projetos estão contribuindo significativamente para o desenvolvimento da Cafeicultura do Cerrado Mineiro e para a promoção do papel das mulheres como agentes de transformação. Que essas histórias de sucesso sirvam de inspiração para que outras mais se juntem à jornada da cafeicultura, deixando um legado de inovação, resiliência e prosperidade para as gerações futuras”, avalia.

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