Palestrante analisa mercado paranaense de pinus

Para avaliar com os próximos anos, Alan Lessa apresentou duas projeções de demanda, pelo Grupo Index sobre oferta e outra com retração de demanda. 

Durante o 9º Workshop Embrapa Florestas/APRE, aconteceu nos dias 03 e 04 de agosto, em Colombo (PR), Alan Lessa, gerente de Contas do Grupo Index para o mercado florestal, sobre o mercado de pinus no Paraná e os desafios ambiental e ambiental. A palestra fechou o primeiro painel do encontro, que tinha como tema principal “O setor florestal: posicionamento e geopolíticas”.

No início, o palestrante contextualizou o setor na região Sul, citando os números da área plantada de pinus em cada Estado – são aproximadamente 773 mil hectares no Paraná; 413 mil hectares em Santa Catarina; e pouco mais de 341 mil hectares no Rio Grande do Sul. Para avaliar o mercado como características da oferta, lembre-se que o Grupo Index Le alguns estudos e entenderssa. Um deles foi terreno para o relevo do Estado, que foi analisado em uma característica interessante: no geral, 70 dos plantios estão em terreno modulado e 20% forte no terreno.

“Isso é importante quando discutimos os desafios. Falamos muito sobre conversão de áreas, mas o que de fato está em risco? Muitas áreas de ocorrência, por exemplo, de usos de questão de relevância. Temos uma parte dos nossos plantios em risco, mas não é a maior parte”, disse.

Ainda sobre a oferta, também foi preciso entender o perfil de idade dos plantios. Nos últimos cinco anos, o grupo detectou uma tendência de expansão da área plantada. Além disso, houve mudança no perfil de manejo dos plantios – o manejo atual tem tido maior foco em madeira de processo, não principalmente em madeira de tora grossa. O levantamento mostrou que, a partir de 17 anos, há maior intensidade de corte dos plantios de pinus no Estado, restando poucos plantios com mais de 18 anos.

Já para análise das características de consumo, foram mapeados mais de 400 consumidores, chegando à demanda de quase 27 milhões de metros cúbicos no Paraná. A indústria de celulose é a mais relevante (7,6 milhões de metros cúbicos), seguida de compensados ​​(6,2 milhões de metros cúbicos), serrarias (5,1 milhões de metros cúbicos), painéis (4,5 milhões de metros cúbicos) cúbicos) e produtos de maior valor agregado (3,4 milhões de metros cúbicos).

Com relação ao sortimento, Lessa continua a ser uma indústria de maior valor agregado em mais de 18 centímetros de diâmetro. Nas serrarias, o mapa de consumidores pequenas empresas, cujo produto mostra a utilização de matéria-prima com classificação de menores, com diâmetro de 14 centímetros.

“E essas serras estão buscando isso por dois motivos: porque o mercado em que trabalham e permite esse diâmetro; e também por questão de preço. Isso é interessante, pois os preços de sortimento de 8 a 18%, mais ou menos, os dobraram em relação aos 50 e 60%. As indústrias da madeira são mais baratas para serem mais competitivas. O custo logístico é menor, porque a maior parte das serrarias está distante dos plantios mais velhos. A indústria do compensado também já está admitindo madeiras com diâmetros menores. Então, por tudo isso, muitos reduziram o sortimento”, comentou.

Cenários

Para avaliar com os próximos anos, Alan Lessa apresentou duas projeções de demanda, pelo Grupo Index sobre oferta e outra com retração de demanda. Segundo ele, hoje por conta dos preços, o setor está produzindo bastante, com demanda e produção no limite.

Na primeira simulação, uma projeção de consumo atual, de 27 milhões de metros cúbicos, e um aumento de demanda em mais de um milhão de metros cúbicos. Considerando a idade de corte maior ou igual a 17 anos, o estudo avaliou a capacidade de oferta das ofertas, sem considerar qualquer restrição de mercado. Em 2022, o setor conseguiria absorver 31,5 milhões de metros cúbicos – quatro milhões a mais do que o volume atual. Porém, a partir de 2023, já haveria dificuldades na capacidade de oferta.

“Esse cenário vai se concretizar? Pode ser que sim. Isso pode ser dependentes do mercado ou menos das empresas a estrutura, porque talvez o consumidor não absorva o preço que deve ser mantido para a empresa manter a manutenção”.

Já na simulação de retração, o estudo prolongado2 de consumo previsto para os próximos anos, mas avaliou uma elevação de demanda no segundo semestre de 2022, 27 milhões para 2,5 milhões de metros cúbicos.

“Nesse cenário, a dificuldades só seria postergada. Em 2022, ainda continuaríamos com uma boa capacidade de oferta, mas já teríamos redução em 2023 e, a partir de 2024, entraríamos numa capacidade de oferta menor”, ​​salientou.

Desafios

Para fechar a palestra, o gerente de contas do Grupo Index citou alguns desafios que merecem atenção das empresas e seus possíveis riscos: disponibilidade de madeira no mercado pode elevar os preços; mudança de perfil de manejo pode trazer redução de classificação de tora grossa; localização do estoque disponível pode aumentar os custos operacionais; barreiras do mercado internacional podem esfriar uma demanda; dificuldade de acesso à mão de obra especializada pode trazer indisponibilidade ou aumento do custo; acesso a terras para expansão pode ter aumento de preço por conta da competição com a agricultura; e ambientais podem trazer limitação do uso do solo.

Além desses pontos, Lessa também falou sobre a inflação, algo que não é controlado pelo setor, mas que uma gestão de custos eficiente pode ajudar; o aumento da taxa de juro, uma situação problemática no Brasil e no mundo tudo e que pode diminuir a demanda; e como mudanças climáticas, que podem gerar produtividade, gerar maiores riscos de incêndios etc.

“São grandes desafios que precisamos pensar em como resolver. Nas minhas projeções, para trabalhar com aquilo que está anunciado, incrementar nossos fluxos, mas é difícil dizer como isso vai se comportar. Pode aumentar a demanda do Estado para os próximos 10 anos, até porque o Brasil é extremamente relevante, principalmente num cenário inflacionário mundial. A olhar para onde se produzir mais, começará e mais barato, e certamente o Brasil chegará nessa mira, completado.

Fonte: Embrapa
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