As “voltinhas de pôneis” são um comércio já estabelecido na Feira e que geram renda extra para trabalhadores.
Os pôneis estão espalhados por várias ruas do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, onde diversos ambulantes oferecem passeio de pôneis para crianças. Por um preço médio de 10 reais, os jovens visitantes podem ter uma experiência de andar a cavalo.
As “voltinhas de pôneis” são um comércio já estabelecido na Feira e que geram renda extra para trabalhadores, tal como Anderson Lopes, 41, da construção civil, de Bagé (RS).
“Tchê, ele é um bichinho pequeno e as crianças acham ele bonitinho. E a gurizada se diverte bastante”, declara Lopes.
“Foi a São Leonardo que começou tudo isso. Há 30 anos atrás, começamos a trazer animais domados, prontos para ser montados. Com isso, surge a possibilidade de tirar o que se investe em termos de alimentação, cuidados, manutenção dos animais”, afirma o bageense Oscar Collares, 68, criador e expositor de pôneis, da Estância São Leonardo.
Participante da Expointer desde 1992, Collares é criador de pôneis há 40 anos e possui uma manada de 60 animais, com participação em diversas feiras gaúchos e nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Este ano, a Expointer recebeu 102 inscritos na categoria, um aumento de quase 31% a mais do que em 2023 na participação de pôneis na feira. “Aqui no Rio Grande do Sul, nós temos cerca de 60 criadores de pôneis e o mercado é sempre promissor”, declara Collares.
O primeiro nascimento
Neste domingo (25/08), um momento de alegria no Pavilhão dos Pôneis – e que chamou muita atenção do público – foi o nascimento do filhote de “Elegância de São Leonardo”, uma fêmea de pelagem tordilha andaluza, de três anos. Collares estava emocionado com o pequeno pônei, que foi o primeiro nascimento registrado na 47ª Expointer.
Do outro lado do pavilhão, uma jovem família circulava pelo pavilhão, admirando os animais: João Paulo Queiroz, 23, frentista, com a esposa Francine Vieira, 21, atendente, com os filhos Àgata, de 3 anos, e João Manoel, de apenas três meses.
“São a coisa mais linda e fofos! É a primeira vez que estou vendo pôneis de verdade”, se emociona Francine.
“É bonito! É um animal diferenciado e bem cuidado”, afirma João Paulo.
Sem saber, João Paulo, Francine e os filhos estavam vislumbrando animais de um dos mais antigos participantes da Expointer.
Desde 1953, o pecuarista Vasco da Costa Gama, completando 90 anos, é criador de pônei e quarto de milha, da Fazenda Bom Fim, de Guaíba (RS). “Sou o criador de pôneis mais antigo do Brasil. Em 1944, com apenas 10 anos, junto com meu irmão, eu comprei cinco fêmeas e um macho. Hoje, temos 180 animais”, conta Seu Vasco.
“Antes tínhamos pôneis Shetland (raça originária das ilhas Shetland, localizada no nordeste da Escócia), mas hoje trabalho com pôneis brasileiros. Participo de exposições, com prêmios em todo o Brasil, na Bahia, Pernambuco, São Paulo”, se orgulha o criador.
Sobre a expectativa para esta edição da feira, Gama diz que “Está tudo muito bem. Tem que aplaudir todo o trabalho. O Governo do Estado e a Secretaria da Agricultura conseguiram reconstituir o parque. Está todo mundo de parabéns. Sou só elogios”.
Cavalo crioulo
A arena do cavalo crioulo é um espetáculo à parte na Expointer. Inaugurada no ano passado, a nova arena é coberta, com pista, arquibancadas e camarotes, sistema de áudio, telões em alta qualidade e transmissão ao vivo, com capacidade de comportar a circulação de 20 mil pessoas, além de contar com estruturas e baias renovadas para tratamento dos cavalos. Ali, durante a Expointer, são realizadas as provas nacionais de Morfologia, Freio de Ouro e Supercopa Jovem.
André Luiz Narciso Rosa, 50, administrador de empresas e criador de cavalos crioulos, de Balneário Camboriú (SC), é o atual vice-presidente de exposições de morfologia e provas funcionais. Este ano, a prova de Morfologia contou com maior número de animais: 430 inscrições.
“Para a prova de morfologia estes animais entram em categorias. Começamos com os potrancos e potrancas menores que vão de 24 a 31 meses; os maiores que vão dos 31 meses e um dia até os 36; depois éguas e cavalos menores, dos 36 aos 48 meses, e adultos, a partir dos 48 meses”, explica Rosa. “A gente avalia a conformação destes animais, do biotipo, como pescoço, cabeça, lombo, patas. E nós avaliamos estes animais em estação e eles definem as três andaduras básicas do cavalo crioulo: tranco, trote e galope”.
Sobre quais são as principais características da raça: “Rusticidade, temperamento, habilidade lateral e, principalmente, submissão”, define o vice-presidente.
Neste domingo (25/08), durante a prova de Morfologia, o criador Evaldo Rosa, da Estância Liberdade, de Rolante, buscava o bicampeonato para o cavalo Patrão Cavalera, vencedor de 2023. No final da manhã, Rosa já recebia uma boa notícia, com nova premiação do cavalo – Patrão Cavalera era o Grande Campeão entre os machos, mas ainda faltava uma etapa.
“Por enquanto, estamos na segunda etapa. Falta mais uma, mas sempre é bom ganhar. O indicativo está bom. São esses momentos que dão ânimo para a gente continuar. Ele ganhou a categoria de macho. Na próxima etapa, encontram-se as quatro categorias para daí tirar o grande campeão”, comemora, com ressalvas, Evaldo Rosa.
A raça também é uma impulsionadora da economia. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), a cadeia produtiva da raça gera 200 mil empregos diretos e cerca de R$ 160 milhões de reais, anualmente. “A gente lida com emprego e renda para girar toda esta roda. Fala no ferreiro, no freteiro, no cara que lida com as estruturas, com cama, com produtos de limpeza”, avalia André Luiz Rosa.
As provas na arena prosseguem com a 43º Freio de Ouro, de segunda a sábado da próxima semana, 26 a 31/08, e a 2ª Supercopa Jovem, que ocorre a cada dois anos.
Espetáculo Musical na Arena
O cavalo crioulo também é um fenômeno que tem impacto social e cultural, intimamente ligado à identidade gaúcha. “Essa referência do gaúcho e do cavalo crioulo está embutida no nosso espírito”, diz Rosa. Um dos exemplos disso é o espetáculo musical “Resiliência: a força de uma raça” que será apresentado na Arena do Cavalo Crioulo, com participação do CTG Rancho da Saudade, Guto Petri, os cantores Joca Martins e Analise Severo, além de Jean Kirschof e Maria Alice nas trilhas sonoras.
“A gente vai contar a história de Dom Augusto, um amansador de cavalos que teve que abandonar seu rancho que foi invadido pelas águas da chuva de maio. Mas ele volta e retorna mais forte para seu trabalho, assim como a Expointer está voltando mais forte”, explica Gustavo Brodinho, 46, diretor musical do espetáculo.
As apresentações ocorrem na terça-feira (27/08), 11h, sexta-feira (30/08), 18h, e sábado (31/08), 15h30, na Arena do Cavalo Crioulo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
Fonte: Rodrigo Martins/Ascom Expointer
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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