Operação cumpre mandados contra envolvidos em furto e abate clandestino de gado; carne dos animais era comercializada em churrascarias e restaurantes da região
O Polícia Civil do Mato Grosso realizou nesta semana a ‘Operação Zoião’, desencadeada com o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão contra suspeitos de furto de gado na região do Alto Araguaia, sul de Mato Grosso. A ação foi liderada pela Polícia Civil e visava desarticular uma quadrilha responsável pelo furto e abate clandestino de mais de 50 animais nos últimos dois anos.
Segundo estimativas levantadas da Polícia Civil, os proprietários rurais sofreram um prejuízo de mais de R$ 200 mil devido aos furtos.
Durante a operação, foram apreendidas duas caminhonetes que correspondiam aos veículos identificados durante os furtos. Além disso, duas armas de fogo foram encontradas, juntamente com vários equipamentos característicos da prática criminosa, como cordas, talhas, catracas, correntes e ganchos. Um motor tipo guindaste, controlado por controle remoto e capaz de içar mais de uma tonelada, também foi apreendido.
Modus operandi
As investigações começaram em 2021, quando a polícia do município notou um aumento significativo de ocorrências de furto de gado na região. Foi apurado que os suspeitos iam até as propriedades rurais da região durante o dia para verificar a melhor forma de efetuar o furto. Durante a noite, eles voltavam ao local e faziam o abate dos animais, usando arma de fogo. Com as caminhonetes, transportavam esses animais e, depois, faziam o descarne para venderem a restaurantes e churrascarias da cidade.
Em depoimento à polícia, um dos proprietários de uma churrascaria da região confessou que adquire gado abatido pelos suspeitos há mais de dois anos e que teria, inclusive, recebido uma vaca inteira em seu estabelecimento nesta manhã.
Segundo o delegado responsável pela investigação, Marcos Paulo Batista de Oliveira, os criminosos responsáveis pelo furto e os proprietários dos estabelecimentos que adquirem a carne clandestina podem responder pelos crimes de furto qualificado e receptação, respectivamente, que possuem pena somada de mais de cinco anos de reclusão.
Além de colocar prejuízo para os proprietários rurais, a saúde da população pode ser colocada em risco com a pratica desses crimes, pois os animais abatidos clandestinamente não passam por nenhum tipo de controle de qualidade sanitário.
O nome da operação faz alusão ao principal investigado, ‘Zoião’, objeto do cumprimento dos mandados de busca e apreensão. As investigações continuam e outras diligências podem ocorrer a qualquer momento.
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