“Marasmo” de segunda-feira, abertura da semana foi pautada pela ausência das indústrias nas compras; Mercado consumidor, interno e externo, pode reagir nesta semana, mas elevação dos preços no atacado podem minar esse movimento.
O mercado físico do boi gordo apresentou preços de estáveis a mais baixos nas regiões produtoras nesta segunda-feira (7), especialmente nos estados do Centro-Oeste e Norte. Conforme levantamento realizado, muitas unidades frigoríficas não abriram preços de compra de gado gordo, optando por avaliar as vendas de carne durante o final de semana e, com isso, montar suas estratégias para aquisições ao longo da semana. Existe uma expectativa de melhora no consumo da carne bovina diante da entrada da massa salarial e chegada do Dia dos Pais. Porém, ressaltam as consultorias, esse movimento pode acabar minado diante do aumento dos preços nos cortes bovinos no atacado.
Sendo assim, nessas áreas onde ocorreram as maiores reduções de preços da arroba, as indústrias têm demonstrado certo conforto em relação às suas escalas de abate, criando um ambiente mais favorável a pressão negativa dos preços. Por outro lado, em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, o mercado segue com um padrão de negociações constante. Os frigoríficos nessas regiões enfrentam algumas dificuldades na composição das escalas de abate.
Conforme apontado pelo relatório diário da Scot Consultoria, em São Paulo, a semana tem início com estabilidade nas cotações de todas as categorias de bovinos para abate. Boa parte das indústrias frigoríficas segue fora das compras e as escalas de abate estão confortáveis. Sendo assim, o boi gordo está sendo negociado em R$230,00/@, a vaca gorda em R$205,00/@ e a novilha gorda em R$220,00/@, preços brutos e a prazo.
Já o INDICADOR DO BOI GORDO CEPEA/B3, após leve alta no fechamento da semana anterior, o mercado apontou para retração de 1,04% na comparação diária. Dessa forma, o mercado reduziu a média do preço da arroba para R$ 237,70/@. O valor, conforme mostra o gráfico abaixo, se aproxima de um dos menores patamares dos últimos 30 dias úteis, trazendo grande preocupação para os pecuaristas.
O “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo negociado em R$235,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@ em relação ao boi comum, sendo que esse ágio já foi maior nesse ano. Porém, é relevante mencionar a retração dos preços internacionais da carne bovina, o que reduz a capacidade de repasse de melhores preços por parte das indústrias exportadoras, conforme observado pelo analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Ao mesmo tempo em que as indústrias se retiram das compras, boa parte dos pecuaristas também decidiu ficar ausente dos negócios, com a expectativa de que o consumo doméstico de carne bovina avance neste início de mês, puxado pelo pagamento dos salários aos trabalhadores.
Segundo os analistas, a oferta de animais terminados se mostra cada vez mais enxuta, refletindo o avanço do período de entressafra do boi no Brasil. Além disso, muitos frigoríficos relatam que a atual dificuldade no escoamento da produção de carne bovina limita o ritmo de aquisição de animais terminados.
“Neste momento, a disponibilidade de lotes nas escalas de abate se mostra suficiente para atender às necessidades mais urgentes, o que também colabora para a morosidade de negócios”, ressalta a S&P Global.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Na capital paulista, a referência para a arroba do boi situou-se entre R$ 232,00 e R$ 233,00.
- Em Dourados (MS), a arroba foi cotada a R$ 236,00.
- Já em Cuiabá, o valor da arroba foi indicado como R$ 205,00.
- Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 217,00 para a arroba do boi gordo.
- Em Uberaba (MG), a arroba foi precificada a R$ 230,00.
Atacado
O mercado atacadista registrou preços mais elevados nesta segunda-feira. As perspectivas para o curto prazo apontam para a continuação desse movimento, levando em consideração não apenas a injeção de salários na economia, mas também o aumento adicional na demanda em virtude do Dia dos Pais.
No segmento de cortes, o quarto traseiro apresentou um valor de R$ 17,85 por quilo, refletindo um aumento de R$ 0,35. Enquanto isso, o quarto dianteiro foi cotado a R$ 13,40, registrando um acréscimo de R$ 0,50. A ponta de agulha teve seu preço fixado em R$ 13,20 por quilo.
Brasil conquista habilitação para exportar carnes bovina
“É mais uma importante conquista para a agropecuária brasileira, pois ampliamos as nossas relações comerciais com um mercado relevante e exportando produtos de maior valor agregado”, comentou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Singapura foi o sétimo destino das exportações brasileiras em 2022.
Os produtos cárneos são o segundo principal grupo de exportados para o país, representando 7% do total (sendo produtos aviários 4%, suínos 2% e bovinos 1%). No ano passado, as exportações para Singapura atingiram recorde e chegaram a US$ 8,3 bilhões.
Poderão ser exportadas carnes bovinas e suínas processadas, não submetidas à esterilização comercial, após a acreditação do estabelecimento pela SFA. Agora, são 26 mercados abertos para diferentes produtos da agropecuária brasileira somente neste ano.
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