A notícia de uma onça arrastando um homem por 300 metros em Tapurah, no Mato Grosso, gerou comoção, levantando dúvidas sobre a veracidade do incidente. Dinalto Machado Lopes, de 52 anos, foi identificado como a vítima desse suposto ataque; entenda melhor sobre o caso
Na última quarta-feira (24), a pequena cidade de Tapurah, a 390 km de Cuiabá, foi abalada pela notícia da morte de um trabalhador de uma fazenda local. Inicialmente, o incidente foi reportado como um ataque fatal de uma onça-pintada, gerando temores na região e um intenso debate sobre a coexistência entre humanos e animais selvagens.
Dinalto Machado Lopes, de 52 anos, foi identificado como a vítima desse suposto ataque. O relato era que enquanto ele consertava a cerca da fazenda, foi surpreendido pelo animal e acabou sendo morto. No entanto, o desenrolar dos acontecimentos trouxe à luz uma narrativa muito diferente.
A Polícia Civil, após uma investigação minuciosa, prendeu o proprietário da fazenda no último sábado (27), apontando-o como suspeito pela morte de Dinalto. As evidências apresentadas pela perícia indicam que a vítima não foi morta por uma onça, mas sim por uma pessoa.
O delegado responsável pelo caso, Artur Almeida, confirmou que a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) descartou a hipótese do ataque de onça. E não parou por aí. Os detalhes do exame de necropsia revelaram que Dinalto sofreu três tiros no tórax e teve a mão arrancada por uma arma branca.
“Diante disso, foi instaurado um inquérito policial de homicídio. A investigação continuará até que ela seja concluída. O celular do suspeito foi apreendido e deve passar por perícia”, disse.
Segundo o perito Nilton Dalberto, os ferimentos observados no corpo da vítima não correspondem aos padrões esperados em um ataque de animal selvagem. Em vez disso, eles têm todas as características de lesões causadas por arma branca.
Essa revelação desencadeou uma nova fase na investigação, agora considerada um caso de homicídio. O celular do suspeito foi apreendido para análise, e três mandados de busca domiciliar foram executados na propriedade.
A técnica em necropsia, Simoni Edna, destacou que as lesões na região do crânio não condizem com mordidas de onça, já que não houve fraturas, mas sim um corte preciso.
“Havia lesões contusas na região do crânio, que foi feita de forma perfeita, já que não tinha fratura alguma no crânio, o que dá uma descaracterizada na mordida de um animal silvestre daquele porte, que era uma suposta onça”, explicou a técnica em necropsia, Simoni Edna.
O caso tomou ainda mais destaque quando se soube que o corpo de Dinalto foi arrastado por cerca de 300 metros até a beira do Rio Borges. Esse detalhe macabro lança uma luz sombria sobre os eventos que levaram à morte do trabalhador.
Diante desse desdobramento chocante, a população local está em choque. O que inicialmente parecia ser uma tragédia causada pela presença de animais selvagens revelou-se um ato de violência entre humanos. Agora, a justiça segue seu curso, e a comunidade de Tapurah fica à espera de respostas sobre o que realmente aconteceu naquela fatídica quarta-feira. Enquanto isso, o luto pela perda de Dinalto Machado Lopes continua.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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