Oferta mundial diminui e colheita brasileira deve bater recorde

A estimativa é de que a safra do trigo 21/22 gire em torno de 7,68 milhões de toneladas, estável em relação à previsão de janeiro

Dados divulgados neste mês de fevereiro mostram que os altos preços do trigo no mercado brasileiro tendem a manter grande a área nacional destinada às lavouras de trigo. A estimativa é de que a produção seja alta, e a produção brasileira de trigo, inclusive, pode voltar a ser recorde. Assim, espera-se que os agricultores, sobretudo da região Sul do Brasil, semeiem trigo em áreas que normalmente ficam vazias durante a estação mais fria do ano.

A Companhia Nacional de Abastecimento do Brasil (Conab), em seu relatório mensal, estima que a safra de trigo 2021/22 gire em torno de 7,68 milhões de toneladas, estável em relação à previsão de janeiro, entretanto, com um salto de 23,2% em relação à safra anterior. A área destinada à cultura do trigo no Brasil é 17% maior que a de 2020, totalizando 2,73 milhões de hectares. Além disso, a produtividade continua estimada em 2.803 toneladas por hectare, 5,3% superior à de 2020/21 (2.663 toneladas/hectare).

No que se refere à demanda, o consumo do país está estimado em 12,55 milhões de toneladas, 5,5% superior ao da safra anterior. As estimativas para as exportações brasileiras de trigo (21/ago – 22/jul) também foram revisadas para cima, para 1,9 milhão de toneladas. Desta forma, as estimativas de estoques finais (julho/22) foram revisadas para baixo, no valor de  176,5 mil toneladas.

Referente à safra 2022/23, até o presente momento, as estimativas da Conab apontam para a mesma área de 2021, mas com maior produtividade (+2,6%), o que levaria a uma produção nacional de 7,9 milhões de toneladas. A Conab prevê que 6,5 milhões de toneladas de trigo serão importadas entre 22 de agosto de 2023 e 23 de julho, 1 milhão de toneladas exportadas.

Nessa primeira quinzena do mês de fevereiro, as vendas de trigo foram especialmente atreladas à necessidade e ao interesse dos agricultores em abrir espaço nos armazéns para estocar a safra de verão, que está sendo colhida. Influenciados pela desvalorização do dólar frente ao real, na segunda semana deste mês, os preços caíram no atacado.

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