Em 2022 houve um aumento na produção de 5,23 % em relação a 2021, uma desaceleração bastante significativa no crescimento da atividade no Brasil comparado aos anos anteriores.
Após o esperado recuo das cotações do suíno vivo e carcaças no mês de janeiro, quando comparado com dezembro do ano passado, o preço demonstrou forte reação na primeira quinzena de fevereiro (gráficos 1 e 2) em todas as praças e com relatos de falta de animais para atender a demanda.
Um dos sinais de oferta insuficiente para atender a demanda é a queda de peso médio de abate e isto já podia ser observado no final de 2022, como indicam os dados preliminares recém-publicados pelo IBGE de abate do último trimestre do ano passado (tabela 1), em que o peso médio das carcaças em dezembro foi de 90,14 kg, o que representou uma queda de pouco mais de 2,5kg (2,7%) por carcaça em relação a novembro.
Tabela 1 – Produção brasileira de carne suína (toneladas de carcaças) mensal em 2022 e crescimento/redução em relação ao mês anterior e ao mesmo mês de 2021. Número de animais abatidos e peso médio das carcaças. Dados de outubro a dezembro são preliminares. Elaborado por Iuri Machado sobre dados do IBGE publicados em 10/02/2023.
Na mesma tabela 1 confirma-se um aumento na produção em 2022 na ordem de 5,23 % em relação a 2021, uma desaceleração bastante significativa no crescimento da atividade no Brasil em relação aos anos anteriores em que a produção acumulou um crescimento de quase 20% entre 2019 e 2021, conforme demonstra a tabela 2.
Nesta mesma tabela é possível verificar que a disponibilidade interna, que cresceu quase 8,5% em 2021, continuou crescendo em 2022, mas em percentual um pouco mais baixo (6,63%), fazendo com que o consumo per capita ano ultrapassasse os 19 kg por habitante.
Exportação
A exportação tem cumprido sua função de “enxugar” o mercado. Em janeiro, embarcou-se pouco mais de 80 mil toneladas de carne suína in natura. Apesar de ter havido uma queda de 12,5 mil toneladas em relação a dezembro/22 (-13,5%), a quantidade exportada foi recorde para o primeiro mês do ano, superando em 18% os embarques de janeiro de 2022.
O preço médio por tonelada exportada em dólar, que vinha crescendo desde agosto de 2022, sofreu um pequeno recuo em janeiro e se mantém estável na primeira semana de fevereiro. Os volumes exportados para a China, o maior comprador brasileiro, em janeiro/23 também foram recorde para este mês, totalizando quase 40 mil toneladas, 34% a mais que janeiro do ano passado.
Lembrando que o ano novo chinês foi em 03 de fevereiro e, costumeiramente, há uma preparação de estoque para esta data, o que determina um natural recuo na demanda e nas cotações do suíno no período próximo a esta data.
Custos de produção
A Embrapa suínos e aves revisou os coeficientes técnicos para o levantamento de custos de suínos, e as principais mudanças foram a redução da conversão alimentar de rebanho de 2,8 kg para 2,5 kg de ração por kg vivo (-12%), o aumento do peso final de 110 kg para 125 kg vivo (+14%) e o aumento na produtividade das matrizes de 25,1 leitões para 28,6 leitões desmamados por fêmea a cada ano (+13%).
Estas mudanças sem dúvida estão muito próximas da média do rebanho nacional e determinaram uma queda no custo de produção apurado pela entidade nos três estados do sul no mês de janeiro, ficando o custo do kg vivo no Paraná em R$ 6,93; em Santa Catarina em R$ 6,98 e no Rio Grande do Sul em R$ 6,97. Em dezembro, antes dos ajustes nos coeficientes, os custos estimados pela Embrapa giravam ao redor de R$ 8/kg vivo na região Sul.
Milho e farelo de soja têm mantido certa estabilidade nas cotações. O último levantamento da safra 2022/23 publicado pela Conab manteve a previsão de produção recorde de milho e soja. Com relação ao milho, em comparação ao levantamento anterior (tabela 3), a Conab revisou o estoque de passagem deste ano de 5,28 milhões para 7,89 milhões de toneladas (+49,5%). Cabe destacar que para fins de levantamento de safra, o estoque de passagem (final e inicial) é sempre em 31 de janeiro, bem como as exportações de grãos referem-se ao período compreendido entre 1º de fevereiro de um ano e 31 de janeiro do ano seguinte.
Após o esperado recuo das cotações do suíno vivo e carcaças no mês de janeiro, quando comparado com dezembro do ano passado, o preço demonstrou forte reação na primeira quinzena de fevereiro (gráficos 1 e 2) em todas as praças e com relatos de falta de animais para atender a demanda.
Um dos sinais de oferta insuficiente para atender a demanda é a queda de peso médio de abate e isto já podia ser observado no final de 2022, como indicam os dados preliminares recém-publicados pelo IBGE de abate do último trimestre do ano passado (tabela 1), em que o peso médio das carcaças em dezembro foi de 90,14 kg, o que representou uma queda de pouco mais de 2,5kg (2,7%) por carcaça em relação a novembro.
Tabela 1 – Produção brasileira de carne suína (toneladas de carcaças) mensal em 2022 e crescimento/redução em relação ao mês anterior e ao mesmo mês de 2021. Número de animais abatidos e peso médio das carcaças. Dados de outubro a dezembro são preliminares. Elaborado por Iuri Machado sobre dados do IBGE publicados em 10/02/2023.
Na mesma tabela 1 confirma-se um aumento na produção em 2022 na ordem de 5,23 % em relação a 2021, uma desaceleração bastante significativa no crescimento da atividade no Brasil em relação aos anos anteriores em que a produção acumulou um crescimento de quase 20% entre 2019 e 2021, conforme demonstra a tabela 2.
Nesta mesma tabela é possível verificar que a disponibilidade interna, que cresceu quase 8,5% em 2021, continuou crescendo em 2022, mas em percentual um pouco mais baixo (6,63%), fazendo com que o consumo per capita ano ultrapassasse os 19 kg por habitante.
Exportação
A exportação tem cumprido sua função de “enxugar” o mercado. Em janeiro, embarcou-se pouco mais de 80 mil toneladas de carne suína in natura. Apesar de ter havido uma queda de 12,5 mil toneladas em relação a dezembro/22 (-13,5%), a quantidade exportada foi recorde para o primeiro mês do ano, superando em 18% os embarques de janeiro de 2022.
O preço médio por tonelada exportada em dólar, que vinha crescendo desde agosto de 2022, sofreu um pequeno recuo em janeiro e se mantém estável na primeira semana de fevereiro. Os volumes exportados para a China, o maior comprador brasileiro, em janeiro/23 também foram recorde para este mês, totalizando quase 40 mil toneladas, 34% a mais que janeiro do ano passado.
Lembrando que o ano novo chinês foi em 03 de fevereiro e, costumeiramente, há uma preparação de estoque para esta data, o que determina um natural recuo na demanda e nas cotações do suíno no período próximo a esta data.
Custos de produção
A Embrapa suínos e aves revisou os coeficientes técnicos para o levantamento de custos de suínos, e as principais mudanças foram a redução da conversão alimentar de rebanho de 2,8 kg para 2,5 kg de ração por kg vivo (-12%), o aumento do peso final de 110 kg para 125 kg vivo (+14%) e o aumento na produtividade das matrizes de 25,1 leitões para 28,6 leitões desmamados por fêmea a cada ano (+13%).
Estas mudanças sem dúvida estão muito próximas da média do rebanho nacional e determinaram uma queda no custo de produção apurado pela entidade nos três estados do sul no mês de janeiro, ficando o custo do kg vivo no Paraná em R$ 6,93; em Santa Catarina em R$ 6,98 e no Rio Grande do Sul em R$ 6,97. Em dezembro, antes dos ajustes nos coeficientes, os custos estimados pela Embrapa giravam ao redor de R$ 8/kg vivo na região Sul.
Milho e farelo de soja têm mantido certa estabilidade nas cotações. O último levantamento da safra 2022/23 publicado pela Conab manteve a previsão de produção recorde de milho e soja. Com relação ao milho, em comparação ao levantamento anterior (tabela 3), a Conab revisou o estoque de passagem deste ano de 5,28 milhões para 7,89 milhões de toneladas (+49,5%). Cabe destacar que para fins de levantamento de safra, o estoque de passagem (final e inicial) é sempre em 31 de janeiro, bem como as exportações de grãos referem-se ao período compreendido entre 1º de fevereiro de um ano e 31 de janeiro do ano seguinte.
Previsões da safra de milho
Segundo o MBAgro, o plantio de milho safrinha acumulou 16% das áreas destinadas ao grão até dia 10 de fevereiro, abaixo da média de 21% devido ao atraso da colheita da soja nas primeiras semanas, principalmente do Mato Grosso que detém 41% das áreas de milho safrinha no Brasil. Já a colheita do milho de verão no Brasil alcançou 21% das áreas, valor acima da média de cinco anos de 14% para o período.
Ainda segundo o MBAgro, no Brasil a pressão de exportação de milho segue elevada nos portos. Depois de um janeiro com volume recorde de 6,3 milhões de toneladas de milho exportadas, o mês de fevereiro tem nomeações para embarque ao redor de 2,2 milhões de toneladas.
A China que teve liberação de importação de milho brasileiro a partir de novembro de 2022, comprou 2,1 milhões de toneladas do Brasil nos últimos três meses. A expectativa é que os embarques para a China ganhem volume ao longo do ano. Cabe lembrar que a China até então, praticamente não importava milho do Brasil.
Crescimento em meio a crise
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que os primeiros dados do IBGE indicam que em 2022 a suinocultura brasileira ultrapassou a marca de cinco milhões de toneladas de carcaças produzidas e 19 kg per capita ano de consumo, além de manter os embarques anuais acima de um milhão de toneladas de carne suína in natura, colocando a suinocultura brasileira em novo patamar no mercado doméstico e internacional. “Todo esse crescimento ocorreu em meio a uma das maiores crises da história do setor. Diante deste cenário fica cada vez mais evidente que o destino da suinocultura brasileira é continuar crescendo e que o caminho da sustentabilidade econômica, diante de custos de produção inflacionados, não está no controle de oferta e sim na busca contínua de melhoria na eficiência de produção (custos/produtividade/qualidade) e na expansão da demanda interna, acompanhada da manutenção e conquista de novos mercados lá fora”, avalia.
Lopes também ressalta que com a safra verão em processo de colheita não se espera no curto prazo uma alta nos custos relacionados aos principais insumos da suinocultura. “É importante acompanharmos o plantio e desenvolvimento da segunda safra de milho, cujo resultado terá grande impacto na rentabilidade da suinocultura ao longo do ano”, afirma.
Fonte: Assessoria ABCS
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