As obras seguem avançando da Rota Bioceânica, corredor vai ligar os oceanos Atlântico ao Pacífico passando pelo Mato Grosso do Sul; entrave aduaneiro na obra da ponte da Rota Bioceânica é resolvido
A construção da ponte internacional da rota bioceânica está tomando forma na divisa entre Mato Grosso do Sul e Paraguai. A obra sobre o Rio Paraguay entre as cidades de Carmelo Peralta (PY) e Porto Murtinho (BR) está avançando com o início da concretagem dos pilares de sustentação da vida, tanto do lado brasileiro quanto do paraguaio homens e máquinas trabalham intensamente
Segundo informações, as obras da ponte no lado brasileiro estão 44% concluídas, enquanto em território paraguaio 65% da obra está concluída. A Rota Bioceânica vai encurtar em 8 mil km a distância percorrida pelos produtos brasileiros rumo ao mercado asiático, integrando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A ordem de serviço da ponte, que será implantada no km 1000 da Hidrovia do Paraguai e distante 7 km pelo rio ao norte de Porto Murtinho.
A Ponte Bioceânica terá um comprimento de 680 metros, duas pistas de rolagem de veículos de passeio e caminhões, com 12,5 metros de largura, e duas passagens nas laterais, com 2,5 metros cada uma, para o trânsito de pedestres e ciclistas. A pedra fundamental da construção da obra foi feita em dezembro de 2021 e traz otimismo e expectativas para os moradores da região. A obra está prevista para durar 36 meses, com previsão de conclusão para este ano.
Obras na ponte da rota bioceânica são destravadas
O delegado da Alfândega da Receita Federal em Ponta Porã, Daniel Cesar Saldivar, assinou ato declaratório executivo, em vigor desde a última quarta-feira , dia 28, que autoriza a entrada e saída de insumos e materiais destinados à construção da ponte sobre o Paraguai entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta no Paraguai. A autorização foi concedida com vigência até 30 de novembro de 2025.
A medida foi anunciada na sessão desta quinta-feira (29) pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gerson Claro que recebeu a minuta do ato da Receita e fez a leitura do documento. O ato declaratório do fisco acaba com o impasse alfandegário que desde dezembro parou as obras da ponte do lado brasileiro.
Progresso do região
A nova rota logística para os grãos do continente promete alavancar ainda mais o agronegócio na região do Alto Paraguai. Com terras férteis e localização plana, além de favorável à exportação, a região do Chaco Paraguaio vem crescendo ano a ano no agronegócio. Segundo Niversindo Cordeiro que já foi presidente por vários anos e atualmente é vice-presidente primeiro da Associação Rural do Paraguai regional Alto Chaco, há cerca de 15, 20 anos o Alto Chaco tinha praticamente de 250 a 300 mil cabeças de gado e hoje possui 1 milhão e 800 mil cabeças.
O governo de Mato Grosso do Sul aposta atualmente em dois eixos logísticos para atrair investidores, ampliar as exportações e fomentar o desenvolvimento estadual: a consolidação da Rota Bioceânica, com início da obra da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta sobre o Rio Paraguai, e as ferrovias, com a reativação da Malha Oeste, que está sucateada há mais de duas décadas, e a licitação da Nova Ferroeste. Com essas medidas, a expectativa é de que o estado vire um grande hub de logística na América do Sul, reduzindo custos e dando mais competitividade aos produtos.
Recentemente o governador do estado ressaltou o aumento na demanda de transportes e de logística, principalmente diante dos investimentos da cadeia industrial nos setores da agroindústria e de produtos florestais, como a celulose, que somam mais de R$ 30 bilhões (R$ 16 bilhões da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, e outros R$ 15 bilhões da Arauco, em Inocência).
“A Rota Bioceânica é um projeto fundamental para o Mato Grosso do Sul e para o Brasil, dado o posicionamento geopolítico da produção, importação e também para a integração latino-americana. Traz todo o foco de integrar Brasil, Paraguai, Argentina e Chile”, afirma Jaime Verruck, secretário da Semadesc.
O Governo do Mato Grosso do Sul mantém investimentos robustos nas cidades que farão parte da Rota Bioceânica, entre elas Porto Murtinho que recebeu R$ 40,6 milhões em obras nos últimos anos. Também foram garantidos incentivos para reativar a hidrovia do Rio Paraguai, atraindo operadores e empreendimentos portuários à região.
Mato Grosso do Sul
O mercado asiático e países sul-americanos que integram o Corredor Rodoviário de Capricórnio, conhecido como Rota Bioceânica, foram destino de 61,38% das exportações de Mato Grosso do Sul no período de janeiro a dezembro de 2023. As vendas externas de commodities e outros produtos sul-mato-grossenses para a China, Argentina, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia e Chile, saltaram de US$ 4,269 bilhões em 2022, para US$ 6,454 bilhões no ano passado, crescimento de 66,1%.
“Do valor recorde de US$ 10,5 bilhões em exportações de Mato Grosso do Sul no ano 2023, praticamente US$ 6,5 bilhões foram para países da Ásia e para os que integram o trajeto da Rota Bioceânica” comenta o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
“Essas exportações seguiram basicamente pelos portos de Santos e Paranaguá, mas esses números só demonstram a relevância e confirmam a importância da Rota Bioceânica para Mato Grosso do Sul. Por isso o Governo do Estado tem como política estratégica a concretização e viabilização da Rota, para potencializar ainda mais as relações de comércio exterior com o mercado asiático e sul-americano. Nossa expectativa é que, daqui a 2 anos, parte dessas exportações já seja transportada pelos portos da costa chilena”, acrescentou o titular da Semadesc.
Atualmente, entre os 10 maiores destinos das exportações sul-mato-grossenses, sete deles envolvem países que estão relacionados à Rota Bioceânica: China, Argentina, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia e Chile. Destes, somente as vendas externas para o Japão registraram queda no ano passado. As transações comerciais com o mercado chinês cresceram 43,4%, saindo de US$ 2,926 bilhões em 2022 para US$ 4,196 bilhões em 2023.
Os demais destaques no bloco do mercado asiático são: Coreia do Sul, com aumento de 16,9%, de US$ 182,438 milhões, para US$ 213,227 milhões; Vietnã, ampliação de 49,8%, de US$ 140,812 milhões, para US$ 210,988 milhões e Indonésia, alta de 57,3%, de US$ 129,514 milhões, para US$ 203,755 milhões.
No bloco sul-americano, a Argentina, segundo maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, registrou aumento de 265,6% nas transações com o Estado, saltando de US$ 301,85 milhões em 2022 para US$ 1,1 bilhão no ano passado. Já as exportações para o Chile neste período tiveram crescimento de 8,6%, passando de US$ 179,234 milhões para US$ 194,726 milhões.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.