O zootecnista explica que os animais não ruminantes têm dificuldade de absorver determinados ingredientes, como o fitato, composto antinutricional, de difícil aproveitamento, devido à baixa atividade da fitase no intestino delgado
Um dos maiores desafios da indústria de alimentação animal envolve a qualidade e o tipo de matéria-prima utilizada, como os grãos de cereais e seus coprodutos, comumente utilizados nas rações ofertadas para animais – como os suínos. “Porém, alguns dos seus componentes nutricionais contêm frações de polissacarídeos não amiláceos (PNA’s), como arabinoxilanos, celulose e β-glucanos, que estão ligadas à parede celular das plantas e não podem ser degradadas pelas enzimas digestivas naturais dos suínos“, alerta o zootecnista da Auster Nutrição Animal, Mateus Gonçalves.
O zootecnista explica que os animais não ruminantes têm dificuldade de absorver determinados ingredientes, como o fitato, composto antinutricional, de difícil aproveitamento, devido à baixa atividade da fitase no intestino delgado. Essa dificuldade resulta em menor disponibilidade de minerais essenciais, como fósforo, cálcio, zinco e sódio, além de aminoácidos e carboidratos.
Os desafios encontrados na nutrição desses animais levaram ao desenvolvimento de enzimas exógenas, que melhoram a digestão e a absorção de nutrientes. Sua utilização nas rações se tornou primordial para promover um maior aproveitamento dos nutrientes.
Gonçalves explica que as enzimas exógenas são aquelas suplementadas na dieta para promover a quebra de estruturas dos componentes celulares. “Xilanase, fitase e α-galactosidase são exemplos das enzimas mais utilizadas atualmente. Elas possuem papel importante na dieta, especialmente em relação à atuação de diversos fatores antinutricionais, que, quando presentes, podem reduzir a disponibilidade de alguns nutrientes, acarretar em uma má digestão e consequentemente afetar o desempenho do animal“.
O zootecnista da Auster exemplifica que frações fibrosas de cereais, como a soja, não são digestíveis e podem gerar aumento na viscosidade da digesta e na permeabilidade intestinal, além de promover disbiose no intestino, contribuindo para a piora da digestibilidade. “Por isso, as carboidrases são exemplos de enzimas que podem ser adicionadas na ração, auxiliando na modulação da microbiota intestinal, na capacidade de absorção e na melhoria da digestibilidade dos nutrientes, o que pode influenciar positivamente o sistema imunológico e o desempenho dos animais“.
Outro elemento essencial nas rações de suínos é o fósforo, essencial para inúmeras funções biológicas, como a mineralização óssea e a síntese de DNA e RNA. Nos grãos usados em dietas de suínos, ele está principalmente na forma de fósforo fítico, que não é bem absorvido por animais não ruminantes devido à baixa atividade da fitase. Além disso, o ácido fítico pode formar complexos com outros nutrientes, prejudicando a digestibilidade de proteínas e carboidratos.
“Pensando nisso, a adição de fitase também apresenta vantagens econômicas e ambientais, pois ao promover a melhoria na eficiência da digestão, poderá oportunizar uma redução nos custos com a alimentação e na excreção deste mineral no meio ambiente. No entanto, a eficiência das enzimas depende de diversos fatores, como por exemplo a qualidade da ração, pH do trato digestivo, temperatura, idade e saúde dos animais. Portanto, para se obter os melhores resultados, torna-se importante compreender o papel e os mecanismos de ação das mesmas, assim como os fatores que influenciam a sua eficiência. O uso estratégico de enzimas, aliado a um bom planejamento da dieta pode maximizar os benefícios econômicos, sociais e ambientais, otimizando a formulação de rações e auxiliando na promoção de uma suinocultura mais eficiente e sustentável“, conclui Mateus Gonçalves.
Fonte: Isadora Fabris, Texto Comunicação Corporativa
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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