Existem duas previsões climáticas para 2024 , contudo, em ambas, um contexto caracterizado por um clima aquecido e eventos climáticos extremos até a metade inicial do ano.
O fato é, que muitos não ficaram surpresos ao tomar conhecimento, neste início de janeiro, sobre a constatação feita pelo relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, vinculado à União Europeia, indicando que o ano de 2023 se destacou como o período mais quente já registrado.
O ano passado foi marcado por diversos impactos significativos tanto na sociedade quanto na agricultura em escala global, decorrentes de eventos meteorológicos extremos, tais como chuvas intensas, queda de granizo, vendavais, ciclones e variações bruscas de temperatura, como ondas de calor e frio.
Não se trata de uma leitura equivocada: a presença exacerbada de calor na atmosfera resulta em instabilidades, e à medida que mais calor é introduzido, a atmosfera torna-se mais propensa à instabilidade. Em sua busca pela estabilidade, a atmosfera gera fenômenos extremos como uma forma de “redistribuir” o calor e buscar um estado de equilíbrio. Muitas vezes, as pessoas são iludidas ao pensar que o aquecimento global se limita apenas às ondas de calor.
O que nos reserva o ano de 2024?
Em meio a dois cenários possíveis, ambos apontam para um ano marcado por intensas variações climáticas e temperaturas extremas na primeira metade do ano. A razão por trás desse cenário é a influência predominante do fenômeno El Niño, atingindo seu auge de intensidade “forte” e previsto para se dissipar nos meses de maio, junho e julho. Contudo, até lá, permaneceremos sob a influência de temperaturas elevadas e chuvas irregularmente distribuídas no centro-norte do Brasil, com a perspectiva de precipitações acima da média na região Sul.
À medida que o ano avança, surgem duas possíveis condições:
Após um período de neutralidade, há a possibilidade de o El Niño retornar durante a primavera. Esse cenário se configura como o mais desafiador, pois, além de contribuir para o aumento das temperaturas, reintroduz o risco de enchentes no Sul do país e déficit hídrico nas plantações do Centro-Oeste, norte de Minas Gerais e Matopiba. Existe também a ameaça de uma nova seca na Bacia Amazônica, com o potencial de tornar este ano o mais quente da história, ultrapassando 2023 (segundo as projeções da NOAA, a probabilidade disso ocorrer é muito baixa).
No cenário mais provável, conforme indicado pela NOAA, após o período de neutralidade, espera-se o retorno do La Niña durante a primavera. Esta seria a situação mais favorável para a maioria dos produtores no Brasil, uma vez que ajudaria a atenuar as altas temperaturas (ainda assim, prevendo um período quente), enquanto proporciona uma distribuição mais equitativa das chuvas no Centro-Oeste e no Matopiba. No entanto, seria um desafio para os agricultores do Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, que podem enfrentar novamente longos períodos de estiagem.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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