De acordo com o analista de mercado Leandro Bovo, as notícias de possíveis renegociações sobre o preço da proteína não tiveram impacto no mercado interno!
A BRF, companhia mundial de alimentos, divulgou na última quarta-feira, 22, um comunicado dizendo que não está fazendo nenhum tipo de renegociação de contratos com o mercado chinês. Segundo nota da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes, como não possui acesso a negociação de contratos entre clientes e empresas não deve se manifestar sobre o tema.
Diante das notícias sobre as renegociações de preços, a consultoria Radar Investimentos afirmou que o efeito foi limitado no mercado. China pagará preços mais altos pela carne do Brasil!
“Essa notícia não é muito nova, desde a virada ano isso já era esperado, com informação da China de que o estoque no porto estava maior, e que os importadores de certa forma estavam incomodados”, afirmou o analista Leandro Bovo.
“O impacto dessa notícia foi mais forte em relação às ações das indústrias, que registraram quedas significativas, mas elas foram muito rápidas em desmentir essas supostas renegociações nos preços”, explicou
O Brasil é um dos poucos que consegue atender essa demanda e com qualidade no produto
Já para no mercado de boi gordo, de acordo Bovo, a notícia não se mostrou relevante. “O mercado físico já estava ciente desse assunto desde o fim de 2019. Para os próximos meses a expectativa é de que a China volte a negociar carne bovina do Brasil, não com os mesmos preços praticados entre novembro a dezembro, mas ainda sim com preços atrativos para o pecuarista. Isso porque o Brasil é um dos poucos que consegue atender essa demanda e com qualidade no produto”, enfatizou Bovo.
O pecuarista está ganhando o jogo, só não pode vacilar
As projeções de mercado do banco holandês Rabobank que é a produção de carne bovina deverá crescer cerca de 3,5% em 2020, sendo que esse cenário será motivado pela a demanda internacional aquecida. Com a recuperação da economia e com as projeções menores de taxas de juros, a demanda doméstica pode ter um crescimento mais significativo neste ano.
De acordo com o Analista de Proteína Animal da Rabobank, Wagner Hiroshi Yanaguizawa, essa pressão nos preços atuais é considerado um período sazonal se analisado a série histórica. “A expectativa para os próximos dois meses é que as cotações tenham um incremento e que a demanda chinesa contribua para esse crescimento, já que a epidemia de peste suína não está sob controle”, comenta.
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As projeções do banco indicam que as exportações de carne bovina devem crescer cerca de 10,6% em 2020. Isso por que a demanda chinesa deve continuar aquecida e podemos ter acesso a novos mercados que foram alcançados durante o ano de 2019.
Os atuais patamares de valores pagos para os produtores rurais remuneram e estimula os investimentos em produtividade. “Além da receita, é importante o pecuarista se focar nos custos de produção e tem umas estratégicas muito eficientes. Se o pecuarista conseguir aumentar a receita e diminuir os custos de produção, terá o cenário perfeito”, relata.
Fonte: Canal Rural e Notícias Agrícolas