O melhor local para o cocho e o bebedouro, confira!

Determinar o melhor local para o cocho e bebedouro é sempre uma dúvida na hora de fazer a divisão e reforma das pastagens, vamos ver como resolver?

A pecuária nacional, diferente dos EUA e Austrália, é predominantemente à pasto, tendo mais ou menos 10% do rebanho confinado. Diante disso, e da grande demanda pela carne brasileira, é preciso que o produtor esteja atento aos mínimos detalhes para garantir a maximização da produção e consequente aumento de lucro e taxa de desfrute da propriedade. Com o gado no pasto, sempre surge a dúvida de onde é o melhor local para o cocho e bebedouro, vamos ver os detalhes e sanar essas dúvidas?

O cocho é um complemento fundamental para a alimentação dos bovinos, junto ao bebedouro, inúmeros são as formas e material utilizados para poder construir esses conjuntos. Traçar uma localização estratégica para que esses animais tenham fácil acesso em todo pasto, facilita o consumo do nutriente oferecido e também a hidratação pela água. Por isso, é preciso analisar em toda propriedade e também no pasto, o melhor local para o cocho e o bebedouro.

Por instinto, os bovinos tendem a permanecer mais próximos aos locais onde encontram água e comida. Então, se manter todos os cochos e bebedouros próximos uns aos outros, o gado ficará sempre amontoado em um único espaço. Ainda, o pasto dessa região será mais desgastado do que as outras.

Melhor local para o cocho e o bebedouro

O cocho deve estar longe de locais das aguadas, pois o sal não pode ser molhado. Inclusive, o ideal é que o cocho seja coberto, principalmente se for utilizada ureia como complemento. Se o pasto for de uma área extensa, deve ter mais de um cocho e bebedouro, a fim de induzir que os bovinos transitem por ela. Dessa forma, toda a pastagem será consumida pelos animais.

Já os produtores adeptos do pastejo rotacionado, podem fazer um corredor ou uma praça de alimentação, na qual atenda todas as áreas utilizadas na rotação. É importante que seja um local de boa drenagem, evitando a lama e empoçamento de água. Trabalhar com cochos móveis pode ser um grande aliado nesse sentido.

O cocho deve ter sete centímetros lineares por animal. Esse tamanho não impede que todos os animais se alimentem juntos. Fique atento ao tamanho dos cochos caso esteja fornecendo suplementos de maior consumo, lembre-se de que alimentos de alto consumo necessitam de um cocho maior.

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Foto: Divulgação

Não se esqueça de oferecer água potável para os bovinos. O líquido deve ser adequado para o consumo humano. A água, quando contaminada, pode provocar diversas doenças no gado, como a diarreia, além de infecções. Consumir água de péssima qualidade pode predispor os animais a doenças e altera todo o seu equilíbrio orgânico levando ao emagrecimento, não consumindo alimentos e o sal mineral.

Onde instalar o bebedouro para o gado?

O correto é instalar o bebedouro para o gado o mais próximo possível do cocho. E essa localização não é frescura, tem uma lógica, amigo produtor! Se você serve sal mineral, sal proteinado, sal branco, aquela alimentação que o animal lambe, instale o bebedouro para o gado ao lado do cocho.

Outro fator importante é sempre manter o local seco. A lama, que geralmente fica em torno dos cochos e bebedouros, além de propiciar a presença de moscas, contribuir para a doença do casco.

Mas se na sua propriedade, o oferecimento é baseado em ração, farelos e aquela alimentação que o gado come e rumina, o bebedouro precisa ser instalado a 50 metros do cocho. Se você está se perguntando a necessidade dessa distância, é simples. Quando o gado sai do cocho com a alimentação na boca e caminha 50 metros até o bebedouro, a ração cai nas pastagem. E ao chegar no bebedouro, a boca do animal já está limpa.

Quando instalado um ao lado do outro, a água fica suja com os restos da ração. Com isso, a manutenção precisa ser mais frequente, assim como a troca de água. E como sabemos que seu dia a dia na propriedade é puxado, é possível diminuir a frequência dessa manutenção e focar em outras demandas da lida.

Tipos de cocho

Informações relevantes para escolher qual cocho é mais indicado variam entre o tamanho do pasto, a topografia da fazenda, ou o número de animais distribuídos nos lotes.

O mais importante é pensar no fácil acesso à alimentação, lembrando que a quantidade de cochos aumenta em áreas acidentadas ou terrenos maiores. Vamos listar abaixo, alguns modelos de cochos mais utilizados nas propriedades do Brasil.

Cocho-trenó

O cocho trenó é uma alternativa mais resistente do que os convencionais, feitos em madeira. – Foto: Gisele Rosso

Uma opção para uso do cocho móvel é o cocho-trenó, desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sudeste. Muito resistente e fabricado de material plástico que iria para o lixo, cada módulo do cocho móvel possui 2,80 metros de comprimento, por 1,70 metro de altura.

Apoiado sobre dois esquis, o que permite mantê-lo em posição mais elevada em relação ao solo, o cocho pode ser amarrado por uma corda na parte dianteira de cada módulo e puxado de lugar a outro na fazenda por um trator, o que lhe confere o nome de cocho-trenó.

O agrônomo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pecuária Sudeste, André Pedroso, explica que o cocho é fabricado por uma entidade beneficiente. O comedouro foi desenvolvido com o apoio da Embrapa que, há mais de 20 anos, trabalha com o modelo, também conhecido como cocho-trenó.

Outra característica central é que, apesar das aparências, ele não é feito de madeira e sim de um material reciclado. É uma matéria-prima conhecida como madeira plástica. Além desse cocho maior, a Embrapa também utiliza comedouros menores, para bezerros, e ainda mourões, para cerca elétrica. Tudo feito com a mesma madeira plástica.

Cocho trenó sendo transportado – Foto: Gisele Rosso

Cochos de Polietileno – Giro Cocho

Esse produto tem sido de grande aceitação no mercado, também pode ser chamado de giro cocho 2100. Ele é leve, pesa apenas 53 kg, pode ser transportado com facilidade na fazenda e evita atoleiros. 

Outro diferencial é a logística que ele proporciona dentro dos sistemas rotacionados e de integração entre pastagens com os grãos. Tem um ótimo custo/benefício, não precisa de manutenção e sua durabilidade é superior à 5 anos.

Também é resistente a impactos, anticorrosivo e possui drenos. O giro cocho não precisa de instalação e possui um depósito com capacidade para até 15 sacas de 30 kg. Para os suplementos minerais deve ser considerado o espaço de 4 à 6 cm lineares por cabeça, nos suplementos proteicos e energéticos de 10 à 15 cm lineares por cabeça. A ração também mantém o mesmo tamanho, 20 à 50 cm.

Dessa forma, o Giro cocho por ser bastante versátil se torna uma ótima opção.

Cochos de Tambor

Cocho de banda – Tambor

Esses suportes de plástico são os mais utilizados no Brasil, pois são baratos, com uma média de R$ 500,00. Suas unidades não possuem sistema de dreno, pesam cerca de 100 kg e duram aproximadamente 2 anos.

No caso dos suplementos minerais, é preciso contar de 4 à 6 cm lineares por cabeça. Para suplementos proteinados o tamanho linear é de 10 à 15 cm por cabeça. Para as rações esse tamanho é ainda maior, 20 à 50 cm por cabeça.

Lembrando aqui que os animais não comem simultaneamente e que nos cochos onde os bovinos podem ser alimentar dos dois lados, a quantidade de animais pode ser dobrada. Dessa forma, o cocho de tambor não é o mais indicado.

 Cochos cobertos

Cocho coberto – Madeira e tambor

Geralmente construídos com madeira, tambores e telhas de zinco. Podem ser móveis.

ou fixos. A durabilidade tem uma média de 6 a 10 anos e o seu custo varia de R$1.850,00 a R$2.500,00. É preciso acrescentar ainda a despesa de manutenção.

No caso dos cobertos, podemos subdividi-los em fixos com peso acima de 500 kg e os móveis, com uma média de 350 kg. Ambos possuem capacidade para até 10 sacas, não dispõem do sistema de dreno e protegem das variações climáticas. Para o uso de suplemento mineral necessitam de 4 à 6 cm lineares por cabeça, enquanto suplementos proteicos são de 10 à 15 cm lineares por animal.

As rações continuam aqui exigindo um espaço de 20 à 50 cm. Em suma, a parte negativa é a necessidade de instalação, a manutenção e a sustentabilidade zero.

 Cochos de Madeira e outros modelos

Não podemos esquecer de outros modelos fabricados, como os de pneu e de concreto. O primeiro tem baixo custo e também costuma ser usado como bebedouro. Enquanto o segundo tem um sistema mais caro e é direcionado para confinamentos.

@campofacil
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Confira uma excelente ideia para um bebedouro de qualidade e com alta durabilidade:

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