Um em cada três produtores rurais não consideram uma boa ideia remover a vacinação contra a febre aftosa no Brasil; vários estados já conseguiram status livre de aftosa
Nós fizemos a pergunta nas redes sociais e tivemos uma surpresa, 1 em cada 3 pessoas votaram que não desejam a retirada da vacina. Isso mostra a preocupação do produtor rural brasileiro com a imagem do Brasil lá fora. Entre as alegações está a preocupação em novos focos da doença causando um efeito negativo nas exportações de carne brasileira, já que hoje, o país têm exportado mensalmente milhões de toneladas de carne para o mundo tudo.
Recentemente o Ministério da Agricultura reconheceu 6 estados como livres de aftosa sem vacinação a partir de setembro. São os seguintes estados: Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e parte dos Estados de Mato Grosso e do Amazonas. A vacinação estava suspensa em toda essa área desde o início de maio. Outro estado que não vacina contra a doença é Santa Catarina.
O passo dado pelo Mapa está em conformidade com o Plano Estratégico para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres da OIE.
Para avaliar o impacto da retirada da vacina no país inteiro, conversamos com o presidente da Associação de criadores da raça Nelore, Nabih Amin El Aouar, segundo ele existem alguns pontos positivos e negativos, confira:
Ao se analisar esse reconhecimento e essa liberação nós temos duas vertentes, a primeira é positiva, que evidentemente se o país inteiro fosse considerado como zona livre de febre aftosa sem vacinação nós teríamos a abertura de novos mercados, mercados esses que pagam com valor agregado ao produto de maior segurança alimentar e de maior qualidade, então evidentemente abriria novos mercados e com valores agregados à essa compra.
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O ponto negativo é que se realmente nós estamos totalmente preparados para isso, se todas as medidas preventivas que nós realizamos durante anos realmente nos trazem essa segurança total para o encerramento dessa vacinação.
O terceiro ponto seria em decorrência dessa liberação parcial e gradual, nós perderemos o trânsito de um estado para outro com animais, haveria um prejuízo dos eventos agropecuários como exposições e leilões devido a circulação de animais passando de estados que estão com esse status internacional como Zona Livre de febre aftosa, sem vacinação para outros que não tenham mesmo estados e isso geraria muitos problemas.
É evidente que essa liberação total poderá significar um grande ganho, um aumento da responsabilidade de todos que fazem parte dessa cadeia produtiva para uma prevenção e para um controle melhor da parte sanitária dos animais e dessa forma ganha o país, ganham os pecuaristas, ganham todos aqueles que fazem parte desse processo, principalmente gerando emprego, gerando renda, gerando divisa e gerando dignidade ao setor rural brasileiro.