O CEO da cooperativa francesa no país cuida de um conjunto de sete usinas, uma área de 300 mil hectares de cana-de-açúcar e aposta nas ações de longo prazo.
Pierre Santoul, 55 anos, único francês de uma equipe de 10 mil funcionários, diz que se sente em casa. O português, no entanto, continua carregado de um sotaque inconfundível, embora tenha melhorado nos últimos oito anos. Esse é o seu tempo no Brasil, desde que deixou Lille, no norte da França, onde está a sede da Tereos, para ser o CEO no Brasil. A cooperativa de 11.200 produtores rurais franceses são donos de um império global que atua em 15 países com bioenergia, alimentos, produtos químicos verdes, papel, farmacêuticos e cosméticos, praticamente tudo vindo do cultivo de beterraba, cana-de-açúcar e cereais, entre eles o milho.
“O Brasil é fundamental para a Tereos, e os acionistas, que são agricultores e cooperativistas, sabem da importância da autonomia para tomar decisões”, diz Santoul. Na safra 2022/23, a companhia francesa faturou nesses países 6,6 bilhões de euros (R$ 35 bilhões com a moeda a R$ 5,30), um aumento de 30% em relação ao ciclo anterior.
O Ebtida ajustado, um dos indicadores mais importantes para que um investidor faça suas apostas no mercado de ações, foi de 1,1 bilhão de euros (R$ 5,8 bilhões), quase o dobro do valor do ano anterior. A Tereos é uma das empresas que fazem parte da lista Forbes Agro100 2023, publicada na edição de outubro da Revista Forbes.
A produção global de açúcar representa 37% da receita da Tereos, com a cana em destaque. No Brasil, em 2022, a empresa faturou R$ 18,36 bilhões, o equivalente a 3,46 bilhões de euros da safra 2022/23, com um crescimento de 21,6% na receita.
“Como na agricultura os investimentos são sempre de longo prazo, e para a cana-de-açúcar estamos falando de um ciclo de sete anos para a cultura, não podemos jamais parar de cuidar dos nossos ativos biológicos.” Por ativos biológicos no Brasil entenda-se um conjunto de sete usinas e uma área de 300 mil hectares de cana.
Na safra 2022/23, a moagem foi de 17,3 milhões de toneladas, um aumento de 11% ante o ciclo anterior. Para 2023/24, safra em andamento, a estimativa é de 20 milhões de toneladas de cana moída, volume 16% maior do que o registrado em 2022/23. A produção estimada de açúcar é de 1,8 milhão de toneladas, mais 595 milhões de litros de etanol e 1,5 TWh de bioeletricidade.
Em outubro de 2023, a Tereos começou a comprar os robôs Solix, da Solinftec, para um projeto piloto na sua principal usina, a Cruz Alta, localizada em Olímpia, município do interior paulista. Também já tem 90% de sua área de cultivo conectada e quer chegar a 98% em um ano, além de ter os drones como uma ferramenta corriqueira no campo e cerca de mil tablets em uso nas operações.
Fonte: Forbes Agro
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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