O Brangus é um grande parceiro do Nelore

Listamos as razões do crescimento do Brangus no Brasil, raça entrou pelo centro-oeste e tem conquistado muitos pecuaristas brasileiros.

José Luiz Niemeyer, criador e selecionador da raça Nelore há décadas, em entrevista recente disse que o grande trunfo da pecuária brasileira é o Nelore, mas que o Brangus tornou-se um parceiro indispensável para trazer qualidade, precocidade e lucratividade para o pecuarista. É indiscutível que estamos passando por várias transformações na pecuária, o emprego de raças taurinas vem crescendo demasiadamente no Brasil, principalmente em busca da heterose de sangue ocorrida no cruzamento.

Casamento perfeito com o zebuíno brasileiro, resultando numa verdadeira “explosão” em ganhos de heterose. A resposta logo aparece no bolso do produtor. Os preços são diferenciados, por exemplo, para os bezerros e bezerras deste cruzamento, chegando a R$ 400,00 em alguns casos. Recentemente nós fizemos uma análise, em parceria com a Fazenda Bálsamo da Marca Peixe, e constatamos a diferença de peso na desmama dos bezerros cruzados e puro Nelore, para conferir clique aqui. Com isso, muitas vezes o sêmen é utilizado em vacas Nelore para aproveitar os benefícios do melhor desempenho dos filhos em relação aos pais, utilizando o melhor de cada raça (heterose).

Dados recentes mostram que a raça Angus é a que mais vende sêmen nas centrais de inseminação do Brasil, isso porque a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) cresceu demais e hoje representa mais de 80% do mercado de inseminação artificial bovina do país. Números recentes do Prof. Pietro Baruselli, mostraram que a tecnologia de IATF já impacta mais de R$ 3,5 bilhões no país, segundo o professor é possível estimar que cada R$ 1,00 investido na tecnologia de IATF gera R$ 4,50 de retorno para a cadeia de produção de carne no Brasil.

Porque a raça Brangus cresce?

O Brangus é uma raça sintética, criada nos EUA à partir da raça Aberdeen Angus com o Brahman, por isso tem 3/8 da composição do seu sangue zebu, um dos objetivos do cruzamento era produzir animais mais adaptados ao calor tropical de algumas regiões do planeta, sabendo da importância do touro cobrir a campo as fêmeas.

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Fonte: Compre Rural

O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, e somente 10% das fêmeas em reprodução usam alguma tecnologia reprodutiva. Estes dados só comprovam que 90% das fêmeas brasileiras são cobertas a campo, usando touros taurinos e zebuínos, provados ou não, de boiada ou não. Sabendo da importância da heterose e dos maiores ganhos financeiros o pecuarista cada vez mais tem buscado touros com genética taurina para cobrir as suas vacas, nesse cenário nós temos duas grandes raças que despontaram, Brangus e Senepol. Mas porque não usar Angus? Exceto no sul, que temos temperaturas mais amenas, o animal com sangue puro taurino não aguentaria temperaturas do centro-oeste, nordeste e norte do país e sua vida útil dentro do rebanho seria severamente diminuída.

Conhecida no mercado pelos altos índices de produtividade, pela sua habilidade materna e pela resistência às altas temperaturas e parasitas, a raça Brangus tem ganhado cada vez mais o seu espaço na pecuária brasileira. Quanto à qualidade da carne, o Brangus segue a mesma linha do Angus: o produto é marmorizado e com boa distribuição de gordura, o que torna a produção desse tipo de gado vantajosa para produtores e frigoríficos. Por ser uma raça que se adapta as diferentes ambientes a maneira mais usada de reprodução é colocar o touro direto no rodeio das vacas que ele vai dar conta do recado. Querendo usar um pouco mais de tecnologia, na inseminação artificial, a raça possui uma bateria muito grande de excelentes reprodutores e com avaliação genética, DEPs, pretos ou vermelhos que estão disponíveis nos catálogos das centrais brasileiras, argentinas ou americanas.

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“Marmoreio: gordura entremeada garante mais maciez e sabor à carne.Fernando Zequinão/Gazeta do Povo

Crescimento da raça – A Associação Brasileira de Brangus (ABB) registrou um crescimento de 80% da raça nos últimos 10 anos, e isso pode ser ainda maior, de acordo com pesquisadores, esse número não reflete a realidade do país, visto que muitos pecuaristas não registram seus animais e somente as cabanhas especializadas fazem este acompanhamento. Esse crescimento deve-se também ao melhoramento genético que é desenvolvido nas fazendas, cabanhas e principalmente nas grandes instituições de pesquisa como a Embrapa.

Acompanhando essa tendência da raça crescer e subir pelo país, já existem criadores selecionando animais adaptados ao calor extremo do centro-oeste, como é o caso da Saga Brangus, de Chapadão do Céu do pecuarista Mauricio Garcia Almeida. É fácil responder porque a raça Brangus tornou-se um grande parceiro do Nelore, a possibilidade de ter animais rústicos e produtivos como são os exemplares da raça Nelore e de quebra, adicionar outros índices produtivos como a precocidade sexual do rebanho e qualidade de carne faz os olhos dos pecuaristas brilharem como nunca antes, de fato, com razão.

Fazemos um adendo, temos que destacar também a importância da raça Nelore nesse contexto, pois sem a vaca não há cruzamento, por isso da seriedade de se ater também ao melhoramento genético de seu plantel pois a pressão de seleção deve acontecer para que a cada geração você tenha fêmeas melhores que possam desmamar bezerros pesados.

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