A alimentação é um dos fatores que mais impacta a rentabilidade da criação, bom manejo nutricional permite extrair o máximo potencial do rebanho.
A eficiência da produção na pecuária de corte é alicerçada na combinação de quatro princípios: genética, sanidade, bem-estar e nutrição animal. Desses, a alimentação é um dos fatores que mais impacta a rentabilidade da criação, pois é com um bom manejo nutricional que o produtor consegue extrair o máximo potencial do rebanho.
Contudo, para manter altos os índices zootécnicos, introduzir no mercado produtos com valor agregado e alcançar um patamar satisfatório de produtividade, é essencial ter conhecimento sobre as exigências nutricionais dos bovinos em cada fase produtiva.
A recria e engorda são duas etapas de extrema importância, em que a nutrição pode interferir de forma positiva ou negativamente no o ganho de peso, na deposição de gordura, no custo de produção, etc.
Por essa razão, elaboramos este artigo para você! A seguir, daremos algumas dicas para fazer um bom manejo alimentar na recria e engorda do gado de corte. Acompanhe!
O que é uma boa estratégia nutricional?
Quem trabalha com criação de animais precisa ter um profundo conhecimento sobre a sua fisiologia e sobre as suas exigências nutricionais. Quando se fala em exigência nutricional, estamos nos referindo ao aporte de nutrientes que os animais precisam para produzirem tal como foi estabelecido nas metas do produtor, além do necessário para a mantença.
Como os pastos brasileiros apresentam certa deficiência em alguns nutrientes e a sazonalidade interfere na oferta de pastagens, o produtor precisa planejar a alimentação do rebanho, estabelecendo uma boa estratégia de suplementação. Caso contrário, há risco de baixa rentabilidade, pois o gado não conseguirá expressar todo o seu potencial produtivo.
Os protocolos nutricionais levam em conta as características da propriedade, como a raça do rebanho, a categoria produtiva, o estado das pastagens e as metas de produção. Dessa forma, a complementação ao pasto atinge níveis máximos de eficiência, com excelentes ganhos biológicos e financeiros.
Isso se deve ao fato de que, durante a fase da recria, os bovinos apresentam a sua maior taxa de conversão alimentar, e os investimentos realizados nessa etapa terão um ótimo retorno. Visto que, retirando o custo de aquisição do bezerro, os custos com alimentação correspondem à cerca de 70% dos custos totais da atividade, é nítido que as estratégias nutricionais precisam ser muito bem planejadas.
Com uma boa estratégia nutricional, você consegue finalizar as etapas de recria e engorda no pasto com custos competitivos. O segredo está em proceder ao bom manejo das pastagens e suprir o rebanho com minerais, proteínas e energia que promovam um melhor desempenho produtivo dos animais.
Como deve ser a alimentação animal na recria?
A recria é a etapa que sucede a desmama, e a meta é de que os bezerros ganhem em torno de 6 a 7 arrobas em um intervalo de tempo de 12 meses. Essa fase necessita de especial atenção, pois o potencial de crescimento nessa fase atinge seu auge, além de ser uma fase transitória em que os os bezerros são retirados do convívio da vaca e consequentemente param de se alimentar de leite e precisam se habituar à nova dieta.
Além disso, normalmente o desmame ocorre na época da seca, quando o pasto é escasso e tem baixo valor nutritivo devido ao alto teor de fibra indigestível. Para que não haja perda de peso e os animais mantenham o seu ciclo de crescimento e ganho muscular, a suplementação alimentar é altamente recomendável.
Entretanto, ressaltamos que as estratégias devem ser elaboradas de acordo com as condições de cada fazenda, e a suplementação pode ser administrada também na época das águas. Então, além da pastagem e da água de qualidade, uma suplementação proteica/energética de 0,1% ou 0,3% do peso vivo é o recomendado para essa fase.
Como deve ser a alimentação na engorda?
A engorda ou terminação é a etapa final da pecuária de corte e cada propriedade tem suas metas de peso de entrada nessa etapa. De modo geral, se inicia quando o boi tem em torno de 300 kg a 360 kg e uma estrutura corporal bem desenvolvida. Nesse momento, os bovinos precisam aumentar a sua musculatura, bem como a gordura depositada para atingir o peso e o acabamento adequado (cerca de 500 a 540 kg, que produz uma carcaça de 18 a 20@).
O confinamento convencional é uma estratégia altamente eficaz mas que tem a necessidade da produção ou aquisição de volumoso e maiores investimentos em estruturas e maquinários. Outra possibilidade, que promove ótimos resultados e diminui os custos com infraestrutura, é a utilização de uma dieta de milho grão inteiro. A etapa da engorda também pode ser realizada a pasto, desde que o produtor saiba planejar as suas estratégias.
Em primeiro lugar, é crucial utilizar as pastagens com a máxima eficiência na época das águas e seca utilizando suplementos adequados em cada período. A suplementação proteica energética com gordura protegida a 0,5% do peso vivo uma estratégia nutricional para a fase de terminação a pasto, promovendo ótimos resultados em ganho de peso e um excelente custo x benefício. No entanto, esse percentual pode variar de 1% a 2% do peso vivo conforme a estação do ano e desempenho desejado.
O que você precisa saber é que, com um bom sistema combinado com a fase da recria, é possível fazer o abate dos animais com 21 arrobas em, no máximo, 2 anos. Essa é a chamada técnica Boi 777, que tem gerado excelentes resultados para os pecuaristas.
O pasto é a principal fonte de alimento dos rebanhos nas fazendas de pecuária de corte brasileiras. Quando bem manejados, eles fornecem os nutrientes necessários para a mantença e para a produtividade dos animais. Contudo, o produtor que deseja entrar no mercado de forma mais competitiva e aumentar a sua rentabilidade precisa conhecer diversas estratégias alimentares para que impacte positivamente o ganho de peso, de músculos e de deposição de gordura do gado.
Os protocolos nutricionais entram nas metas de produção para elevar a eficiência alimentar dos animais e reduzir a idade ao abate. Com animais de recria e engorda permanecendo menos tempo no campo, o retorno dos investimentos com nutrição são notórios.
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No entanto, como mencionamos ao longo do artigo, cabe destacar que todas as estratégias nutricionais devem ser planejadas de acordo com as condições e as particularidades de cada propriedade, levando em conta as condições das pastagens, solo, clima, metas de desempenho, custos de insumos e etc.
É assim que a Vaccinar ajuda os produtores brasileiros. Oferecemos soluções e estratégias nutricionais personalizadas para cada categoria produtiva — como recria e engorda —, de acordo com o que seu rebanho precisa para obter os melhores resultados.
Equipe Vaccinar com especial colaboração de: Frederico Velasco – especialista em Nutrição de Ruminantes – e Newton Biffi – Assessor Técnico de Ruminantes