Nutrição eficiente potencializa genética de qualidade

Em sua palestra durante a Jornada Técnica Angus, o médico veterinário Eduardo Madruga reforçou a importância de ajustar a lotação dos campos para elevar a lucratividade.

Além do apoio técnico, pontuou a relevância do uso de suplementação para ampliar o desempenho dos animais, que consomem, em média, 2,5% do peso vivo de matéria seca. A qualidade da água ofertada aos bovinos também é vital para assegurar bom desempenho, recomendou.

Segundo ele, é essencial trabalhar para ganho médio de 150 a 180 quilos por ano em animais jovens. O que, segundo ele, ainda é um potencial não atingido por diversas propriedades brasileiras. Um dos erros, aponta, é focar a gestão apenas em índice de prenhez e não atentar para o peso ao desmame, que oscila entre 160 a 170 quilos a taxas de 50% a 53%. “O que traz dinheiro é a relação entre taxa de prenhez e peso na desmama”, pontuou.

Em sua apresentação, ainda destacou as vantagens do uso do Sistema de Creep Feeding, que consiste em suplementação em cocho e permite elevar ganho de peso dos terneiros. Nas vacas, além de melhorar o escore corporal na desmama, permite uma matriz com melhor potencial para cria no ano seguinte. “A nutrição sozinha não anda. É preciso sanidade e planejamento”, frisou o especialista.

Palestrante do evento, o professor da Faculdade de Agronomia do Uruguai, Alvaro Simeone, abordou as vantagens do uso de suplementação para elevar o ganho de peso vivo dos animais e atingir o acabamento que o mercado deseja da pecuária. Responsável pela Unidade de Produção Intensiva de Gado de Corte (UPIC) da universidade, o especialista alertou que a questão essencial está em achar o ponto de equilíbrio entre ganho de peso e lucratividade, o que precisa levar em conta a realidade dos preços dos grãos.

Os concentrados, indica ele, são geralmente uma solução diferenciada para o inverno, quando as pastagens nativas estão com menor qualidade. Para isso, recomenda oferta de produtos como o farelo de arroz (1% do peso vivo) para terneiros, o que permite ganho de 0,4 quilos por dia, uma vez que os animais deixam de perder 0,2 quilo/dia e ainda terão ganho adicional de mais 0,2 quilo/dia. Com o atual custo do farelo e a valorização do terneiro, cita ele, o concentrado é uma alternativa viável. No Uruguai, alerta, geralmente os pecuaristas lidam com o primeiro ano de vida dos terneiros em um “seja o que Deus quiser”. Depois, informa ele, gasta-se na recria para correr atrás do prejuízo. “A lógica é inversa”, conclui.

As características desse concentrado variam de acordo com a propriedade e objetivos do criador. Segundo o especialista, a recomendação de 1% do peso vivo para animais adultos, 14% de proteína, em períodos de 90 a 120 dias de suplementação.

Fonte: Associação Brasileira de Angus

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