As condições climáticas adversas têm causado atrasos significativos no plantio de soja, resultando em revisões para baixas nas estimativas de colheita para a temporada 2023/24 no país como um todo; confira
O Centro-Oeste do Brasil enfrenta um desafio crescente devido ao forte calor e à escassez de chuvas, intensificados pelas características do El Niño. Essas condições climáticas adversas têm causado atrasos significativos no plantio de soja, resultando em revisões para baixas nas estimativas de colheita para a temporada 2023/24, tanto na região quanto no país como um todo.
No início da semana, em meados de setembro, as projeções otimistas apontavam para um volume superior a 160 milhões de toneladas de soja. No entanto, as condições ambientais desfavoráveis dos últimos meses fazem com que esse patamar não seja atingido.
De acordo com a consultoria AgRural, até a última quinta-feira, o plantio de soja foi concluído em 85% da área total estimada para o país. Esse avanço foi impulsionado pela melhoria das condições climáticas no Rio Grande do Sul, onde as chuvas intensas, associadas ao El Niño, prejudicaram os trabalhos. No entanto, as regiões Norte e Nordeste ainda enfrentam irregularidades climáticas.
Em resposta às adversidades, a AgRural revisou para baixo sua estimativa para a colheita no Brasil, fixando-a em 159,1 milhões de toneladas. Em outubro, a previsão inicial era de 164,6 milhões de toneladas, sendo reduzida para 163,5 milhões em novembro. Outras empresas do setor, como a Biond Agro e a MB Agro, também ajustaram suas projeções para níveis mais baixos, refletindo a preocupação com as condições climáticas desfavoráveis.
Felipe Jordy, coordenador de inteligência e consultoria da Biond Agro, destaca que desde setembro a região Centro-Oeste tem enfrentado anomalias ocasionais nas chuvas e temperaturas, agravando as projeções já impactadas pelo El Niño.
Apesar das revisões para baixo, as novas estimativas ainda indicam que um novo recorde histórico de produção de soja será alcançado, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estatal prevê um volume de 162,4 milhões de toneladas para 2023/24, embora os analistas esperem um ajuste para baixo nesse número no próximo relatório de acompanhamento de safra.
Mesmo diante dos desafios, especialistas ressaltam que o Brasil, líder mundial na produção e exportação de soja, ainda deverá colher um volume robusto. A produção americana substancial e a recuperação esperada na Argentina após as dificuldades do ciclo passado contribuíram para uma relação global entre oferta e demanda relativamente confortável. No entanto, as incertezas climáticas na América do Sul continuam a influenciar as cotações internacionais da soja.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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