Novo Ministro da Fazenda: ‘Sou fã da Agricultura Familiar’

Como já esperado, Lula anunciou, na manhã desta sexta-feira (9/12), Fernando Haddad (PT) como o novo ministro da Fazenda do governo petista.

Como já esperado amplamente esperado pelo mercado, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na manhã desta sexta-feira (9/12), Fernando Haddad (PT) como o novo ministro da Fazenda do governo petista. O ex-ministro da Educação — e ex-prefeito da cidade de São Paulo — comandará a pasta relacionada à economia do país a partir de 1º de janeiro de 2023.

O novo Ministério da Fazenda foi desmembrado do antigo Ministério da Economia do governo Bolsonaro. A pasta anexou três setores (Planejamento, Orçamento e Gestão; e Fazenda e Indústria, Comércio Exterior e Serviços) sob o guarda-chuva do “super Ministro”, Paulo Guedes.

O anúncio de Haddad para Fazenda já era esperado no meio político. A presença do paulista na pasta, contudo, sofreu resistência pelo setor do mercado financeiro. No último dia 25 de novembro — em reação a um discurso de Haddad em evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) —, o Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o pregão com queda de 2,55%, num movimento de recuo que se acentuou após a fala do ex-ministro.

O que pensa sobre o agro?

Fernando Haddad concorreu ao governo do Estado de São Paulo, contra o bolsonarista Tarcísio de Freitas, e saiu perdedor. Durante a campanha ele falou sobre o setor rural, vamos ver o que foi destaque.

O político disse haver “exagero” na preocupação do setor do agronegócio com possíveis invasões de terra por movimentos como o MST. “Tem terra para todo mundo, o problema do Brasil não é falta de terra, é acesso”, afirmou durante sabatina do Valor, O Globo e CBN.

Sobre o que faria diante de uma invasão de terras, diz que vai cumprir a lei e afirmou que o MST ocupou terra improdutiva. “Cumprimento da lei. E outra, tem muita mitologia sobre o MST. O MST há vinte, trinta anos atrás ocupou algumas terras improdutivas para chamar a atenção do poder público para desapropriar, gente, inclusive, que devia milhões para o estado e não pagava imposto e usou até a dívida da pessoa para ajudar na desapropriação. Isso nós conseguimos fazer inclusive com alguns prédios no Centro de São Paulo.”, disse.

Durante algumas entrevistas, na campanha, Fernando Haddad afirmou que é fã da agricultura familiar, mas não é contra o agronegócio. “Eu sou muito fã da agricultura familiar, o meu pai é agricultor familiar. Meu pai veio do Líbano com 24 anos, trabalhou na roça dos 8 aos 24 anos. Quando veio para São Paulo, foi morar em Uchoa, uma cidade com 12 mil habitantes perto de Rio Preto, foi vender armarinho para agricultores familiares e passou sete anos em Uchoa antes de vir para a capital onde ele conheceu minha mãe e constituiu sua família”, disse.

“Sou fã da agricultura familiar por várias razões. Ah, é alguma coisa contra o agronegócio? Não. É importante produzir soja, cana, suco de laranja, látex, está tudo em ordem. Mas você não come látex, não come soja, o que você come é arroz, feijão, mandioca e a produção per capita desses alimentos está caindo no Brasil. Por isso você chega no mercado e está tudo na hora da morte, não dá para ser assim. Dá para fortalecer a agricultura familiar, sem brigar com o agronegócio. Não precisa, nós temos terra”, completou.

Em outra entrevista o político diz não ser contra o agro, mas que as pessoas “não comem látex ou soja”. “Alguma coisa contra o agronegócio ? Não. É importante produzir cana, produzir soja, produzir suco de laranja, produzir látex… Está tudo em ordem. Mas você não come látex, você não come soja. O que você come é arroz, feijão, mandioca. E a produção per capita desses alimentos está caindo no Brasil. Por isso que você chega no mercado está tudo pela hora da morte. Não dá para ser assim.”

O agronegócio espera ansioso pela nomeação do novo Ministro da Agricultura, há alguns nomes cotados, confira a lista completa aqui.

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