A flexibilização das normas de criação de bovinos para produção de carne de vitelos, com abates até 12 meses, traz um novo mercado para o produtor de leite!
Os produtores de leite ganharam uma nova alternativa para impulsionar os seus negócios para além dos lácteos. A flexibilização das normas de criação de bovinos para produção de carne de vitelos – com abate até 12 meses – permitirá que o setor leiteiro possa, já a partir deste ano, incrementar as vendas de bezerros nos mercados interno e externo, destaca a Abraleite (Associação Brasileira dos Produtores de Leite).
O Brasil só permitia o uso da nomenclatura de vitelo ou vitela para carne de bezerros alimentados exclusivamente com leite e seus derivados. Com a edição da Instrução Normativa nº 2, publicada no Diário Oficial da União no dia 27 de janeiro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a alimentação desses animais poderá ser complementada com grãos, concentrados, suplementos e fibras.
“Está surgindo um novo mercado para o setor leiteiro, o da criação de bezerros machos, vendidos como vitelos”, diz o presidente da Abraleite, Geraldo Borges, acrescentando que a mudança nas normas é resultado de um trabalho iniciado pela entidade e pelo Mapa em outubro de 2019. “Graças ao apoio da ministra Tereza Cristina e da equipe do secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, conseguimos essa alteração nas normas.”
5 milhões de bezerros machos por ano
Anualmente, as matrizes leiteiras brasileiras parem cerca de 5 milhões de bezerros machos, informa Geraldo Borges. “A criação de vitelos impulsionará um novo mercado, com um produto ainda pouco consumido no Brasil, mas com enorme potencial de expansão. Além da demanda doméstica, a carne de vitelo tem grande aceitação nos Estados Unidos, Canadá e países europeus, o que também abre a perspectiva de exportações para o setor leiteiro.”
Segundo Geraldo Borges, a falta de atualização nas normas de criação de bovinos para produção de carne de vitelos vinha fazendo o Brasil perder oportunidade no comércio internacional. Em outubro do ano passado, lembra, uma empresa canadense que instalou um confinamento em São Paulo deixou de exportar carne de vitelo para Dubai por causa da antiga legislação.
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“Agora, com a mudança, temos um novo nicho de mercado, que vai gerar renda não só para os pecuaristas de leite, mas para todo a cadeia do agronegócio, desde a indústria da carne até a de insumos, trazendo mais divisas para o país e melhorando ainda mais o desempenho de nossa balança comercial”, pontua Geraldo Borges.
O presidente a Abraleite enfatiza ainda que o surgimento do novo mercado fará com que cesse o descarte de bezerros machos na atividade leiteira, garantindo ao pecuarista mais um produto para oferecer ao mercado. “Ele não ficará mais dependente apenas do leite.”
As informações são do Agro em Dia.