Campeão de produtividade de soja, Gustavo Bonato colheu 127,01 sacas por hectare; recorde ainda pertence a paranaense, com 149 sacas.
Gabriel Bonato, um ex-bancário de 30 anos que voltou ao campo há seis anos para administrar a pequena propriedade rural da família em Sarandi, no norte do Rio Grande Sul, foi o campeão nacional de produtividade de soja da safra 2017/2018 com 127,01 sacas por hectare.
A competição Desafio Nacional da Máxima Produtividade é organizada há dez anos pelo Cesb (Comitê Estratégico Soja Brasil) e, pela primeira vez, o prêmio vai para o Rio Grande do Sul. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (12 de junho) durante o 8º Congresso Brasileiro de Soja, em Goiânia.
O produtor conta que investiu em adubação, correção de solo, manejo e proteção da planta em um talhão especial de 6 hectares que já vem recebendo calcário desde que ele assumiu a propriedade de 110 hectares que era do avô e depois do pai.
“Eu trabalhava em banco na cidade, mas decidi voltar para o campo para substituir meu irmão e hoje sou apaixonado pelo que faço. Adoro tecnologia, visito feiras, investi recentemente em um conjunto de trator e plantadeira e quero replicar para o restante da propriedade as técnicas usadas no talhão que meu deu o título.”
A média de produtividade de Gustavo em toda sua área foi de 86 sacas/ha, já bem acima da média nacional de 55 sacas/ha. Seu custo de produção é de cerca de 26 sacas/ha. No talhão campeão de produtividade, o custo subiu para 54 sacas.
O plano do gaúcho é, em dois anos, passar a colher 100 sacas por hectare em toda sua área. Trabalhando sozinho em sua propriedade, Gustavo, que começou a cursar agronomia no ano passado, diz que se inspirou em outros campeões de produtividade como Marcos Seitz, de Guarapuava (PR), que alcançou o recorde nacional do desafio com 149,08 sacas por hectare, na safra 2016/2017.
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Luiz Nery Ribas, presidente do Cesb, diz que o recorde de Seitz foi obtido em condições muito ideais que não se repetiram nesta safra.
“Todos os fatores, como clima, luminosidade, tempo de plantio, foram favoráveis, o que não ocorreu neste ano em que houve atraso no plantio e veranico, entre outras variáveis.”
Participaram da competição 5.500 produtores de 956 municípios. Em dez anos de desafio, houve mais de 20 mil inscrições de todo o país. Para participar, o agricultor precisa ter plantio e colheita mecanizada, colher pelo menos 2 hectares de soja e ter assistência de um consultor ou agronômo em todo o processo, que é acompanhado por auditores do Cesb.
Gilmar Luzzi, agrônomo que auxilia Gustavo, destaca que o Cesb provoca o produtor de soja a usar mais tecnologia para produzir mais na mesma área.
Também foram premiados os campeões de produtividade nas demais regiões do país:
O vice-campeão nacional do desafio também é gaúcho: Vitor Alexandre Ceolin, de Pinhal Grande, colheu 113,04 sacas por hectare na categoria irrigado.
Na categoria regional Sudeste, venceu a Família Guimarães, de Serra do Salitre (MG), com 108,96 sacas por hectare.
No Norte/Nordeste, o campeão foi Marcelino Flores de Oliveira, de São Desidério (BA), com 104,4 sacas e no Centro Oeste, Dilma Aparecida Baron, de Cabeceiras (GO), com 100,44 sc/ha registrada na cidade de Cabeceiras (GO).
Fonte: Globo Rural