Novo ataque russo movimenta preço dos grãos nos EUA

Assim como o trigo, o milho foi sustentado pela notícia de novos bombardeios na Ucrânia, já que o país e a Rússia respondem por entre 15% e 20% do comércio global de milho.

A guerra na Ucrânia mais uma vez definiu a movimentação dos preços e o mercado reagiu aos ataques de mísseis russos na cidade portuária ucraniana de Mykolaiv. Segundo analistas, a ofensiva amplia as dúvidas de que a Rússia concordará em permitir embarques de grãos ucranianos pelos portos do Mar Negro.

Os contratos futuros de trigo para julho, os de maior liquidez no momento, encerraram o pregão de hoje com alta de 5,1% (53 centavos de dólar) na bolsa de Chicago, a US$ 10,93 por bushel. Os papéis da segunda posição, com vencimento em setembro, subiram 5,2% (53,75 centavos de dólar), a US$ 11,0450 por bushel. “A notícia de um novo ataque, pela primeira vez em mais de um mês, deixa o mercado com menos chances de ver o grão ucraniano sair dos portos do Mar Negro”, diz relatório do Zaner.

Já o contrato do milho para julho, o mais negociado em Chicago atualmente, subiu 2,13% (15,50 centavos de dólar), a US$ 7,425 por bushel, enquanto o papel para setembro avançou 1,85% (13 centavos de dólar) e fechou a US$ 7,1425 por bushel.

Assim como o trigo, o milho foi sustentado pela notícia de novos bombardeios na Ucrânia, já que o país e a Rússia respondem por entre 15% e 20% do comércio global de milho.

Em outra frente, o crescimento da produção de etanol nos EUA ofereceu suporte aos preços. Na semana encerrada em 27 de maio, os EUA produziram 1,071 milhão de barris por dia, em média. O volume é 5,6% maior que o dos sete dias anteriores. Os estoques do biocombustível no país, em contrapartida, caíram de 23,7 milhões para 22,96 milhões de barris.

Segundo a Dow Jones Newswires, o volume de biocombustível fabricado na semana até 27 de maio foi maior que o esperado pelo mercado. “O último relatório da EIA está nos mostrando os melhores números de etanol em muitos meses”, disse Donna Hughes, da StoneX, ao “The Wall Street Journal”.

Os contratos de soja para julho, os de maior liquidez, encerraram o pregão de hoje em Chicago com alta de 0,09% (1,50 centavos de dólar), a US$ 16,9925 o bushel. Os papéis de segunda posição, para agosto, subiram 0,12% (2 centavos de dólar) e alcançaram US$ 16,3575 por bushel.

O impacto do avanço dos conflitos no Leste Europeu foi limitado nos preços futuros da oleaginosa. Analistas esperam que dois relatórios do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) tenham peso maior sobre as cotações: o de avanço do plantio nos EUA e, principalmente, o de oferta e demanda global, que será divulgado na próxima sexta-feira. “Os problemas de produção mundial de grãos tornam cada relatório importante para o comércio. O fato de os EUA terem estoques muito apertados está aumentando o interesse do mercado no relatório de oferta e demanda”, disse, em nota, a Agrivisor.

Segundo relatório do USDA, os embarques recuaram 13,2% na semana encerrada em 2 de junho, para 350,4 mil toneladas. No acumulado da temporada, as vendas externas somaram 49,8 milhões de toneladas, recuo de 12% sobre o ciclo anterior. Apesar da queda no percentual das vendas externas, a Agrivisor diz que as exportações de soja dos EUA estão acima do projetado. “Isso torna provável que o número de vendas de safras antigas esteja aumentado”, destacou a consultoria.

Fonte: Valor Econômico
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