Novas proteínas alternativas devem ganhar mercado

A próxima onda de produtos desse segmento deverá incluir fontes inusitadas, novos formatos para públicos mais amplos e um reforço nas práticas sustentáveis na cadeia.

Após a oferta de proteínas alternativas à carne mais que dobrar no ano passado, a próxima onda de produtos desse segmento deverá incluir fontes inusitadas, novos formatos para públicos mais amplos e um reforço nas práticas sustentáveis na cadeia. Esse é o cenário traçado pela gigante americana de agronegócios Archer Daniels-Midland (ADM), que nesse mercado mantém uma joint venture com a brasileira Marfrig – a PlantPlus.

A múlti divulgou ontem perspectivas para as proteínas alternativas em 2022, e indicou sete tendências para esse mercado, que deverá movimentar US$ 125 bilhões ao ano até 2030. Muitas empresas do agro em geral – e de proteínas animais em particular – passaram a investir nesse segmento.

A PlantPlus é um dos exemplos, mas outros grandes grupos brasileiros e globais também têm avançado no segmento. A primeira tendência vislumbrada pela ADM é a diversificação das fontes de proteína, com destaque para um aumento esperado da oferta a partir de células de animais cultivadas em laboratório, de proteínas de fungos e até de partículas de ar.

A companhia avalia que o mercado de proteínas de células cultivadas em laboratório deve começar a engrenar este ano, com o desenvolvimento de processos mais eficientes para a produção em escala, como o da Future Meat Technologies.

A múlti acredita, ainda, que as carnes cultivadas em laboratório terão preços mais competitivos em relação a “alternativas mais tradicionais”, e citou o exemplo da própria Future Meat Technologies, que em dezembro anunciou que venderá peito de frango de laboratório por cerca de US$ 7,70 a libra, ante os US$ 18 a libra praticados seis meses antes.

A multinacional americana também vê o surgimento de novos produtos no mercado com origens nada convencionais, como hambúrgueres produzidos a partir de elementos encontrados no ar e até de cinza vulcânica. O grupo também aposta no aumento de refeições feitas a partir de algas marinhas e de insetos, que também contêm proteína.

O horizonte aponta a fermentação como uma via de produção de proteínas “promissora”. Pode se tornar um “serviço” que indústrias de alimentos, como a ADM, prestariam a empresas produtoras de proteínas alternativas.

A múlti também acredita que as marcas vão evoluir na reprodução de proteínas à base de plantas com texturas que imitam cada melhor músculos e animais, como bistecas e mariscos. “Não demorará até que famílias estejam cortando perus feitos à base de plantas nos feriados”, disse a ADM, em nota.

A sustentabilidade de toda a cadeia de produção tende a ser mais cobrada das empresas que produzem proteínas alternativas, prevê a multinacional. A ADM disse que já está preparada para avançar em uma estratégia “da semente ao prato” que implica práticas sustentáveis, éticas e transparentes a respeito do impacto ambiental da produção das fontes de proteína.

A múlti ainda considera que a indústria em geral se moverá para a produção de proteínas mais “amigáveis” ao público infantil. Uma pesquisa interna realizada pela ADM indicou que a maior parte do público “flexitariano” é formada por pais e mães que procuram por produtos nutritivos e saborosos para toda sua família.

Por fim, a ADM também aposta no desenvolvimento de refeições típicas à base de plantas, como o prato árabe shawarma, tradicionalmente feito de carne de carneiro ou de frango; do bife alemão schnitzel, tradicionalmente de carne bovina; ou de bolinhos de camarão chineses.

A gigante americana aposta que as marcas estão buscando desenvolver “uma série de alimentos ‘confortáveis’ análogos” com igual sabor e sensação de saciedade. E, nesse processo, a concorrência tem beneficiado o consumidor.

Fonte: Valor Econômico.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM