Estabelecimentos devem cumprir exigências do chamado abate halal que atende a princípios da religião muçulmana
O ministro-chefe do Departamento de Desenvolvimento Islâmico (Jakim), Seri Jamil Baharom, confirmou na quarta-feira (14) ao secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, que virá ao Brasil em missão conjunta com o Ministério da Agricultura da Malásia, em junho, para habilitar plantas frigoríficas brasileiras para a exportação de carnes à Malásia.
Jakim é o órgão responsável pelo abate halal (forma de abate de acordo com preceitos muçulmanos) na Malásia. Representantes do departamento já se reuniram com as autoridades certificadoras halal do Brasil para ajustar as exigências e viabilizar a habilitação de plantas que foram desabilitadas e habilitar novas. O Brasil tem 12 estabelecimentos a serem habilitados e certificados.
“Temos a intenção de aumentar o comércio bilateral e ampliar a pauta de negociação com o Brasil. Vamos enviar missão ao Brasil em junho de 2018”, disse Baharom. Ele também destacou a intenção da Malásia de importar mais produtos brasileiros e estabelecer termos de cooperação técnica voltada para o setor produtivo em seu país.
Novacki enfatizou o grande potencial para o aumento de acordos entre os dois países e destacou três pontos de interesse da pauta brasileira: frutas, lácteos e carnes. “Queremos estar presentes no mercado malaio, pois temos produtos de qualidade, com preços competitivos e produzidos de maneira sustentável. Da mesma forma, queremos ouvir de vocês quais são os produtos de interesse para exportarem ao Brasil”, disse Novacki durante o encontro com autoridades malaias em Kuala Lumpur.
O Produto Interno Bruto (PIB) da Malásia é de US$ 300 bilhões (2016) para uma população de 38 milhões de habitantes em uma área de 330 mil km², do tamanho do estado do Maranhão. A pauta de exportações do Brasil para a Malásia está centrada no complexo sucroalcooleiro (60%), e em cereais, farinhas e preparações (20,5%).
Novacki ainda destacou a excelência do Brasil na área de pesquisa e tecnologia, em que a Embrapa é referência internacional. O diretor de Negociações Não-Tarifárias do Mapa, Alexandre Pontes, reforçou a disposição brasileira em responder questionamentos técnicos e a intenção de receber “o mais breve possível”, a missão malaia.
O vice-ministro da Agricultura da Malásia, Antony Nogeh Anal Gumbek Noegh, salientou a importância da cooperação com o Brasil, já que a Malásia tem limitação de produção devido ao tamanho reduzido de suas fazendas.
Emirados Árabes Unidos
Em reunião nos Emirados Árabes Unidos (EAU), o diretor Geral de Investimentos do Ministério da Economia do país, mostrou a Novacki o portfólio de investimento do país e convidou o Ministério da Agricultura do Brasil a participar da feira AIM – Anual Investiment Meeting, que vai ocorrer no país entre os dias 9 e 11 de abril, que é organizada pelo Ministério da Economia dos Emirados Árabes Unidos, com a presença de 141 países e foco em investimentos, sendo a agricultura um dos principais tópicos.
Os Emirados Árabes têm interesse no agronegócio brasileiro e o Mapa tem estreitado o relacionamento com o país. Uma missão ministerial foi aos EAU, em maio do ano passado, para promover o comércio e investimentos no setor agropecuário, além da aproximação institucional do Mapa e de seus parceiros oficiais. Adicionalmente, houve a recepção de comitiva dos EAU em novembro, em Brasília, com a organização da Brazil-United Arab Emirates Agribusiness Investor Road Show. Em dezembro, representantes do Mapa estiveram em Abu Dhabi, juntamente com a comitiva empresarial para participação na feira SIAL Middle East.
O pais asiático é o principal centro de comércio e investimentos da região no Oriente Médio. Com população de apenas 10 milhões de habitantes, possui um PIB de US$ 371 bilhões (2016), o que demonstra o seu potencial comercial. A pauta de exportações do Brasil tem destaque no complexo sucroalcooleiro (53%) e em carnes (39%).
Novacki chefiou a comitiva brasileira na Ásia e Oriente Médio que foi composta por integrantes do Mapa, do executivo nacional, de governos estaduais e de representantes de empresas e entidades ligadas ao agronegócio, desde o último dia 4, com o objetivo de promover investimentos e novos mercados para o agronegócio brasileiro.
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Fonte: Mapa