Segundo o Ministério da Agricultura, a previsão anterior era a de que o período de testes fosse concluído em novembro do próximo ano.
Prevista inicialmente para chegar ao mercado em 2018, a nova vacina contra febre aftosa deve estar disponível apenas em 2019. Segundo o Ministério da Agricultura, a previsão anterior era a de que o período de testes fosse concluído em novembro do próximo ano, “mas em razão do número de partidas (lotes) a serem testadas, definiu-se para dezembro de 2018”, disse, em nota, o Departamento de Fiscalização de Insumos Agropecuários (DFIP) da Coordenação de Produtos Veterinários da Pasta.
A chamada “nova vacina” traz alterações à formulação utilizada na imunização do rebanho brasileiro desde 1992, com exceção de Santa Catarina (onde não há mais vacinação), como a redução da dose de 5 mililitros para 2 ml e a retirada do antígeno C. “A indústria fabricante da vacina, por iniciativa própria, solicitou ao ministério a retirada do adjuvante saponina (que foi introduzida nas vacinas a partir de 2008)”, diz o departamento. Ainda de acordo com o DFIP, para que as mudanças sejam feitas é necessário fazer testes de segurança e eficácia do produto. De acordo com as regras estabelecidas, três lotes de cada marca comercial serão submetidos a estas análises, feitas pelo governo e pelos fabricantes, que serão iniciados em janeiro de 2018 e concluídos em dezembro de 2018.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) criticou a nova data e pediu que o governo dê prioridade à questão para colocar a vacina no mercado já em 2018. Em nota, o presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA, Antônio Pitangui de Salvo, disse que foi uma “surpresa negativa” saber que o produtor só terá a vacina com a nova fórmula em 2019. “Era uma exigência e uma necessidade ter o mais rápido possível essas vacinas com menor dosagem e sem a saponina, que é um coadjuvante que causa também os abscessos (no músculo do animal)”, disse.
O debate sobre a mudança da formulação da vacina tomou força em junho, quando os Estados Unidos embargaram as compras de carne bovina in natura do Brasil alegando, entre outros motivos, a presença de abscessos nos cortes, caroços que seriam causados pela composição ou pela má aplicação do imunizador.
POR ESTADÃO CONTEÚDO