Os modelos meteorológicos indicam 75mm para Campo Grande em poucas horas no domingo. De forma geral, o estado deve registrar entre 50 e 80 mm.
Ao longo do domingo, 24 de outubro, áreas de instabilidade voltam a espalhar fortes temporais no estado de Mato Grosso do Sul. É uma combinação de fatores: um sistema de baixa pressão atmosférica que se forma entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul e uma frente fria que passa na altura do Sudeste e canaliza a umidade que vem da Região Norte e atravessa o estado.
A forte incidência de temporais gera risco iminente de vendaval e a possibilidade de levantamento de poeira novamente. Os modelos meteorológicos indicam 75mm para Campo Grande em poucas horas no domingo. De forma geral, o estado deve registrar entre 50 e 80 mm.
Nuvem de poeira
O tempo seco dos últimos dias no estado provocou queda na umidade do solo. O centro, norte e oeste do estado registram valores entre 10 e 40% de umidade em solo. O lençol freático está muito baixo e o solo superficial seca rapidamente.
A combinação destes fatores: chegada de temporal, vendavais, e solo seco gera a possibilidade da formação de nova nuvem de poeira, mesmo que de forma menos intensa que a observada na última semana.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), há um alerta de tempestade com perigo para o próximo sábado em determinados municípios. Além de chuva entre 30 e 60 milímetros por hora, pode haver “ventos intensos, queda de granizo, risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e de alagamentos”.
Entretanto, Gonçalves entende que, possivelmente, não deve acontecer o mesmo fenômeno. “Com o aumento da umidade do solo em decorrência das chuvas mais intensas, início do plantio (menos solos expostos) e a diminuição dos incêndios no Cerrado e Pantanal, não favorece a ocorrência de novos fenômenos como este visto no dia 15”.
Relembre: Tempestade de poeira encobre cidade de MS e vendaval deixa rastro de destruição
Um vendaval deixou diversos estragos na tarde desta sexta-feira (15), em Dourados, região Sul do estado. A chuva, acompanhada de ventos de até 45 quilômetros por hora, chegou minutos depois de uma tempestade de poeira encobrir a cidade. Assista ao vídeo abaixo.
De acordo com moradores, uma nuvem marrom gigante começou a se formar no horizonte, por volta de 12h30. Minutos depois, a chuva chegou com fortes ventos. Houve queda de muros, postes e árvores em diferentes pontos da cidade, incluindo a avenida Marcelino Pires, principal via do centro, onde o trânsito precisou ser interditado.
“Muita chuva e muito vento, já temos relatos de queda de muitas árvores, teto de empresas, equipamentos públicos como aqui na Secretaria de educação, então eu peço muito cuidado”, disse o prefeito, Alan Guedes.
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Fenômeno
A tempestade de poeira é um fenômeno chamado de “haboob”, segundo a meteorologista Valesca Rodriguez Fernandes.
“Ele é causado por temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação, os quais acabam criando um ‘rolo compressor’ de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura”, detalha Rodriguez.
Rodriguez, que também é especialista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima em Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), detalhou que o fenômeno meteorológico registrado no estado é o mesmo visto no interior de São Paulo, nos últimos dias.