Nova lista de frigoríficos para o Governo da China

A primeira lista de frigoríficos apresentada pelo Brasil ao país asiático contava com 62 plantas frigoríficas, entretanto, a nova solicitação do Governo da China, foi de uma lista mais reduzida, afim de liberar novas plantas ainda neste ano.

Após a solicitação do governo chinês para que o Brasil encaminhe uma lista reduzida de frigoríficos a serem habilitados para exportação de proteína animal ao país, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu na última quinta-feira (24) com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) para ouvi-los antes de tomar a decisão final sobre o número de plantas a compor a nova lista. 

O ministro da Agricultura, comunicou que o governo da China pediu ao Brasil que envie uma lista reduzida de frigoríficos a serem habilitados para exportação de proteína animal ao país asiático, como forma de agilizar o processo de autorização.“Iremos seguir a ordem cronológica de início do processo das plantas que realizaram todos os procedimentos necessários para a habilitação, esse é o critério técnico que devemos adotar”, informou o ministro.

Fávaro afirmou, durante reunião interministerial preparatória para sessão plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) em Brasília, que o governo vai dialogar com entidades do setor de frigoríficos para apresentar uma lista reduzida de plantas a serem habilitadas para que as autorizações saiam ainda neste ano.

Além disso, Fávaro aceitou a proposta discutida na reunião de permitir o remanejamento de lugares entre frigoríficos do mesmo grupo empresarial que possuírem mais de uma planta na lista. Por exemplo, o frigorífico que está na 13ª posição trocar de lugar com a sua unidade de produção que está na 47ª. Isso não significa que a planta passou na frente de outros frigoríficos da lista, apenas trocou a posição uma pela outra por serem da mesma empresa.

A primeira lista apresentada pelo Brasil ao país asiático contava com 62 plantas frigoríficas que já cumpriram os requisitos sanitários exigidos e aguardam a habilitação, além de uma segunda lista com mais 15 plantas em avaliação. “Nós democraticamente apresentamos uma lista de 62 plantas brasileiras prontas para serem habilitadas, (e) uma segunda lista de mais 15 plantas. Eles (a China) manifestaram em maio e reafirmaram a manifestação na semana passada ao nosso embaixador Marcos Galvão que, para facilitar a habilitação de novas plantas, que a lista fosse menor”, disse Fávaro.

Uma nova lista reduzida será encaminhada na próxima segunda-feira (28) para a Administração Geral de Alfândega da China (GACC). “Estamos buscando adequar ao que nos foi solicitado, de forma que a nova lista simplifique o processo para que nós possamos ter novas plantas habilitadas ainda neste ano”, comentou o ministro Carlos Fávaro.

A China é o principal destino das exportações de carne bovina, suína e de frango do Brasil, se configurando como principal parceiro comercial para a proteína animal. “Então estamos nessa fase de avaliação, vamos chamar as entidades representativas de classe dos frigoríficos para então reduzirmos essa lista para que possamos sair desse compromisso e termos novas plantas habilitadas ainda neste ano”, afirmou o ministro.

Participaram da reunião o Secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Ana Lúcia Viana, o diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos, Marcel Moreira, o diretor de relações institucionais da ABPA, Marcelo Osório, o presidente da Abiec, Antônio Camardelli, o diretor de Relações Governamentais da Abiec, Carlos Franco e o presidente da Abrafrigo, Paulo Mustefaga.

A lista das novas habilitações por parte da China, neste ano de 2023, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), é composta por:

  1. Unidade da JBS, em Vilhena (RO);
  2. Frigorífico Irmãos Gonçalves, em Jaru (RO);
  3. Frigorífico Astra, em Cruzeiro d’Oeste (PR); e
  4. Unidade da Frisa, em Colatina (ES).

Ao todo, no atual momento, o país possuí uma lista com 50 frigoríficos brasileiros que já cumpriram requisitos sanitários exigidos para ingressar no mercado asiático e aguardam a habilitação para começar a exportar carne para o país.

Impacto da China nas exportações de carne bovina brasileira

O volume exportado apresentou um modesto crescimento de apenas 1%, totalizando 205.612 toneladas em julho de 2023. No acumulado do ano, os números também indicam um cenário de redução.

A receita total obtida com as exportações de carne bovina de janeiro a julho de 2023 foi de US$ 5,811 bilhões, representando uma queda de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume exportado, no entanto, registrou uma leve queda de 0,55%, atingindo a marca de 1.282.066 toneladas.

China se mantém como o maior comprador da carne bovina brasileira, apesar de ter registrado uma diminuição tanto na receita quanto no volume importado. Em julho de 2023, as aquisições chinesas totalizaram 93.691 toneladas, gerando uma receita de US$ 447 milhões. No mesmo período de 2022, as importações chinesas foram de 111.945 toneladas, resultando em uma receita de US$ 786,22 milhões.

Essa tendência de redução nas exportações e na receita é atribuída, em grande parte, aos preços em queda da carne bovina e à valorização do real em relação ao dólar. A China, mesmo sendo o principal importador, também apresentou queda tanto no valor (-31,5%) quanto no volume (-6,5%) das importações de carne bovina brasileira de janeiro a julho de 2023, em comparação ao mesmo período de 2022.

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