Na lista de produtos que devem ser transportados pela ferrovia estão a soja, o milho, trigo, açúcar, óleo e farelo de soja, carnes, adubos, fertilizantes e combustíveis.
Prevista para que saia do papel no ano que vem, a ferrovia Nova Ferroeste deverá contribuir para o transporte de 26 milhões de toneladas de carga anuais – o equivalente a mais da metade da produção do agronegócio de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e também do Paraguai.
De acordo com estudo de demanda, feito pelos governos do Mato Grosso do Sul e Paraná e apresentado a representantes dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Infraestrutura e da Economia neste mês, há previsão de impacto de 3% no Pib (Produto Interno Bruto), beneficiando nove milhões de pessoas e reduzindo custos do escoamento da produção sul-mato-grossense.
Conforme publicação feita pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul), maioria (69%) das cargas deverão ser destinadas para a exportação e importação e 31% para o mercado interno. Na lista de produtos que devem ser transportados pela ferrovia estão a soja, o milho, trigo, açúcar, óleo e farelo de soja, carnes, adubos, fertilizantes e combustíveis.
Até o final deste ano, processos de licenciamento têm sido feitos junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Funai (Fundação Nacional do Índio), Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), para que o projeto possa ser conduzido e leiloado na B3, a bolsa de valores brasileira, em 2022.
O investimento privado terá extensão de 1.285 quilômetros, ligando Cascavel (PR) a Maracaju (MS) – no Estado, a malha ferroviária entrará por Mundo Novo e passará por Eldorado, Iguatemi, Amambai, Caarapó, Dourados e Itaporã.
Segundo o titular da Semagro, Jaime Verruck, o estudo também aponta a ferrovia como elegível para critérios sustentáveis, de forma a incentivar ainda mais o financiamento do projeto. “O projeto, desde a sua concepção, levou em conta as questões de engenharia e meio ambiente. Na definição do traçado, nós evitamos passar por unidades de conservação e suas zonas de amortecimento e por áreas indígenas ou quilombolas”, afirmou.
Vale lembrar que o aumento de atividades ferroviárias pode reduzir a quantidade de caminhões nas estradas, cuja queima do combustível contribui para emissão de gases do efeito-estufa. “Haverá redução na emissão de gases de efeito estufa quando passarmos essa carga do caminhão para o trem”, completou.
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Na publicação, o secretário estadual comentou que projeto de lei pode ser elaborado para autorizar qualquer empresa a construir terminais e se conectar à ferrovia, para que o setor privado também avalie o impacto dessa estrutura e realize conexões e investimentos.
“Os ministérios da Agricultura e Infraestrutura avaliam o projeto como estratégico para o País, pois cria uma importante estrutura ferroviária em uma região já consolidada na questão agrícola”, avaliou Verruck, otimista quanto ao lançamento dessa obra.
Com informações do Campo Grande News.