“China deve embargar os frigoríficos do Brasil”; Notícia vem muito mais especulativa do que benéfica para o pecuarista brasileiro!
A possibilidade de restrição das importações de carne bovina brasileira por parte da China impactou o mercado do boi gordo nesta segunda-feira, 22. Segundo a consultoria Agrifatto, os preços no mercado futuro foram afetados especulativamente. Porém, os fundamentos e cotações no mercado físico permanecem os mesmos, com a arroba sustentada devido à baixa oferta de animais. Cuidado com as notícias para forçar a venda dos animais para abate!
Alguns questionamento em relação a esse possível “embargo” devem ser analisados neste momento vivido pelo mundo, em especial a China. A necessidade de proteína animal é muito grande por parte do gigante asiático, o Brasil é um dos únicos players no mundo capaz de atender a demanda crescente neste momento. A carne bovina brasileira está mais competitiva neste momento, com a taxa de câmbio favorecendo o produto. e o principal, não há comprovação de que o COVID-19 seja transmitido pelo alimento!
A empresa ressalta que há possibilidade de as autoridades da China suspenderem as compras de carnes do Brasil, assim como aconteceu com a empresa norte-americana Tyson Foods e companhias da Alemanha. Isso porque na semana anterior, os chineses pediram que o Brasil considerasse suspender exportações de produtos do agronegócio vindos de agroindústrias com casos de Covid-19 entre os funcionários.
O consultor da Agrifatto Yago Travagini explica que se uma suspensão desse tipo acontecer, o país asiático ainda poderia realizar compras de outras plantas frigoríficas brasileiras em que os funcionários não estivessem com a doença.
“Há um caso de frigorífico em Rondonópolis (MT) que tem habilitação para exportar e não teve nenhum problema com a China”, conta.
Para a Agrifatto, uma possível suspensão das importações chinesas de carne bovina afetaria intensamente o mercado do boi gordo, que já sofre com a baixa demanda gerada pela pandemia. Atualmente, o país compra cerca de 10% a 12% da carne bovina do Brasil.
“É um risco, por isso a gente recomenda prevenção. Se a China parar hoje de comprar, será um baque. Temos recomendado cautela e proteção de risco. Isso poderia afetar os preços mesmo com a oferta restrita. As cotações que hoje estão entre R$ 215 e R$ 220 não estariam nesse patamar”, diz.
Porém, a expectativa é que com o surto de peste suína africana, a China continue comprando todos os tipos de proteína animal.
Medidas estão sendo tomadas
O Ministério da Agricultura informou que enviou às autoridades sanitárias da China informações solicitadas pelo país asiático sobre casos do novo covonavírus em empresas de alimentos. Isso porque os chineses pediram que o Brasil considere suspender exportações de produtos do agronegócio vindos de estabelecimentos com casos de Covid-19.
“Fomos notificados pela autoridade sanitária da China, que solicita informações sobre empresas que tenham casos de contaminação entre colaboradores pela Covid-19. Para casos de empresas que não estão adotando medidas de prevenção, o país solicita que se faça uma suspensão cautelar”, diz o secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Guilherme Leal.
“Não existe até o momento evidência da transmissão pelo consumo de alimentos. Isso está colocado na nota da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e acompanha o posicionamento da FAO [Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura] e OMS [Organização Mundial da Saúde]. Eles estão investigando a origem e intensificaram a análise de produtos alimentares. Deve ser rotina agora a China pedir informações dos frigoríficos”, explica.
Segundo o Ministério da Agricultura, o Brasil possui atualmente apenas três unidades frigoríficas com atividades paralisadas por conta do coronavírus, de um total superior a 400 plantas.
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Que fique claro para o amigo pecuarista, a China não embargou, não suspendeu nenhuma planta frigorífica ou fechou os portos para a importação da carne bovina brasileira. Protocolos de controle sanitário já foram implantados pelo Governo e Frigoríficos no Brasil, afim de evitar maiores problemas, além disso o país precisa consumir proteína e vai continuar comprando do Brasil, em menor ou maior escala!
Diante disso, não venda seu boi desesperado por conta de notícias que as vezes vem mal intencionadas ou explicadas. Cautela e informação de qualidade é fundamental neste momento!