Os resultados indicam que, nas próximas cinco décadas, há uma probabilidade significativa de terremotos com magnitudes entre 4,7 e 5,1 na Escala Richter ocorrerem no Nordeste; confira
O Nordeste brasileiro enfrenta um risco crescente de abalos sísmicos significativos, com possibilidade de eventos ultrapassando a marca de 5,2 na Escala Richter. Este cenário representa uma ameaça considerável, com potencial para causar mortes, danificar severamente prédios e casas, além de gerar impactos econômicos e ambientais substanciais. A pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto de Geofísica da Academia Polonesa de Ciências, destaca a urgência de medidas preventivas.
Pesquisa e resultados
Publicada em 2 de maio, a pesquisa intitulada “Estimativa Probabilística do Componente de Origem do Risco Sísmico no Nordeste do Brasil” foi baseada em dados do Catálogo Sísmico Brasileiro (SISBRA) e da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR). José Augusto Silva da Fonsêca, Aderson Farias do Nascimento e Stanislaw Lasocki foram os autores responsáveis pelo estudo. Os resultados indicam que, nas próximas cinco décadas, há uma probabilidade significativa de terremotos com magnitudes entre 4,7 e 5,1 na Escala Richter ocorrerem no Nordeste. Estes terremotos têm uma probabilidade de 50% de acontecerem e podem causar danos consideráveis a infraestruturas civis, como casas e edifícios.
Riscos para grandes infraestruturas
Para eventos sísmicos mais severos, com magnitudes entre 5,5 e 6,2, a pesquisa estima uma probabilidade de 10% de ocorrência. Esses terremotos representam riscos ainda maiores, podendo afetar obras civis de grande porte, como barragens, parques eólicos, instalações de mineração, e usinas hidrelétricas e nucleares. A análise destaca a importância de medidas de preparação e adaptação das infraestruturas para mitigar os danos e garantir a segurança da população.
Contexto sísmico do Brasil
Embora o Brasil esteja localizado no interior da placa tectônica Sul-Americana, longe das bordas de placas onde ocorrem os maiores terremotos, o país registra eventos sísmicos significativos. Historicamente, esses eventos têm sido de magnitude moderada, mas suficientes para causar pânico e danos locais, especialmente em áreas com construções não projetadas para resistir a abalos sísmicos.
Terremotos históricos no país
Terremoto de Mato Grosso (1955): Magnitude 6.2, o maior terremoto já registrado no Brasil, no município de Porto dos Gaúchos, Mato Grosso.
Terremoto de João Câmara (1986): Magnitude 5.1, causou danos significativos e levou à evacuação de diversas áreas no Rio Grande do Norte.
Terremoto de Caraíbas (1990): Magnitude 5.0, causou danos em estruturas no município de Caraíbas, Bahia.
Terremoto de Vitória (1955): Magnitude 6.1, causou danos estruturais significativos em Vitória, Espírito Santo.
Terremoto de Montes Claros (2012): Magnitude 4.2, causou pânico e pequenos danos em Montes Claros, Minas Gerais.
Terremoto de São Francisco do Sul (2017): Magnitude 3.6, sentido pelos moradores de São Francisco do Sul, Santa Catarina.
Terremoto de Sobral (2008): Magnitude 4.2, causou pânico e pequenas avarias em Sobral, Ceará.
Maiores terremotos globais
Terremoto de Valdivia, Chile (1960): Magnitude 9.5, causou entre 1.000 e 6.000 mortes.
Terremoto do Alasca, EUA (1964): Magnitude 9.2, resultou em 131 mortes, principalmente devido a um tsunami.
Terremoto do Oceano Índico (2004): Magnitude 9.1, causou entre 230.000 e 280.000 mortes.
Terremoto de Tohoku, Japão (2011): Magnitude 9.1, mais de 15.897 mortos.
Terremoto de Kamchatka, Rússia (1952): Magnitude 9.0, poucas mortes devido à baixa densidade populacional.
Desse modo, a pesquisa sobre a atividade sísmica no Nordeste brasileiro sublinha a necessidade urgente de planejamento e preparação para eventos sísmicos. Implementar construções mais resilientes e adotar medidas preventivas são passos fundamentais para mitigar os riscos e proteger a população. O estudo alerta para a importância de uma infraestrutura adaptada às potenciais ameaças, garantindo assim a segurança e minimizando os prejuízos econômicos e ambientais em caso de terremotos significativos.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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