Pré-candidato à presidência esteve na Agrobrasília, feira de tecnologia agrícola realizada no Distrito Federal, defendendo porte de armas
O deputado federal e pré-canditato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse, na quarta-feira (16/5) que, no que depender dele, o produtor rural terá um fuzil na propriedade. Ele fez a declaração durante passagem pela Agrobrasília, feira de tecnologia agrícola realizada em Brasília (DF).
“No que depender de mim, o homem do campo vai ter fuzil em sua propriedade. Isso não é ser radical”, disse Bolsonaro, acrescentando que deixar o agricultor desarmado é ser “inconsequente e irresponsável” e deixá-lo “à mercê do MST e outros tipos de bandidagem”.
Bolsonaro defendeu o endurecimento de penas para crimes como o roubo de insumos nas lavouras. “Ninguém vai pra cadeia por causa disso”. Disse ainda que ações de movimentos como o dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, devem ser tratadas como criminosas.
“Reforma Agrária pode continuar fazendo para a agricultura familiar. Não invadir propriedade de quem quer que seja para forçar. Invadiu a fazenda, chácara, casa ou apartamento, para mim, é um ato criminoso e tem que ser repelido com retaguarda jurídica”, afirmou.
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Questionado sobre políticas voltadas para a agropecuária, afirmou que é preciso que país tenha um presidente que, na visão dele, “não atrapalhe” a produção. E sinalizou a necessidade de discutir assuntos como o passivo do Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural), e a Lei Kandir, de incentivo às exportações.
“No que depender de mim, o homem do campo vai ter fuzil em sua propriedade. Isso não é ser radical”
Sobre o atual sistema de crédito rural, estruturado no Plano Safra, afirmou é um assunto que pode ser conversado. Ressaltou apenas a importância do Banco do Brasil como agente financiador da produção.
“Alguns falam em privatizar o Banco do Brasil. Eu sou contra. Quem é que, em grande parte, vai financiar e com que taxa de juros?”, disse.
Bolsonaro defendeu ainda que o Ministério da Agricultura seja o único responsável pela liberação de agrotóxicos no Brasil. Na avaliação dele, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve ficar fora dessa discussão. A legislação sobre esses produtos está em discussão no Congresso Nacional, com suporte da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).
Questionado se apoia o texto como está sendo proposto na comissão que discute o assunto, o pré-candidato à presidência disse que não pertence à bancada ruralista.
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“No que dependesse de mim, seria diferente essa propositura. Hoje em dia é a Anvisa que decide a liberação. Querem trazer a responsabilidade para o Ministério da Agricultura. No que depender de mim, apenas o Ministério da Agricultura decidiria a liberação de defensivos”, disse.
*O repórter viajou a convite da OCB
POR RAPHAEL SALOMÃO*, DE BRASÍLIA (DF)
Fonte: Globo Rural