NM é apontado por consultoria internacional para hidrogênio verde

Norte de Minas e outras regiões tiveram o potencial avaliado em projetos que poderiam estar conectados ou desconectados a rede elétrica

Um estudo da McKinsey & Company, empresa internacional de consultoria, apontou o Norte de Minas com potencial para a produção de ‘Hidrogênio Verde’. O estudo salienta que foram avaliados projetos hipotéticos em diferentes regiões, como no Ceará, em Pernambuco, na Bahia, no norte de Minas Gerais e no interior de São Paulo, que poderiam estar conectados (on-grid) ou desconectados (off-grid) da rede elétrica. Um projeto de grande escala, no Nordeste, off-grid, teria custo total de produção do hidrogênio em 2030 de ~1,90 USD/kg de H2 (considerando inclusive custos estimados de transporte e armazenagem do hidrogênio para uso em alguma aplicação associada). Caso esse mesmo projeto seja on-grid, o custo do hidrogênio cai ~10% para ~1,70 USD/kg –.

A conexão à rede permite um dimensionamento mais adequado do eletrolisador e da geração renovável, além da venda de eletricidade excedente em alguns momentos e compra em outros. Para a região Sudeste do Brasil, que não tem os mesmos recursos naturais que o Nordeste, a diferença é ainda maior – o custo de produção de hidrogênio verde cai de ~2,30 para ~1,60 USD/kg 

O Hidrogênio Verde é o mais novo tema das articulações da Sudene nas áreas de desenvolvimento sustentável e inovação. A autarquia participou dia 30 de uma videoconferência com representantes da NürnbergMesse Brasil (NMB), empresa especializada em eventos e congressos, para avaliar a possibilidade de participação da superintendência em uma iniciativa que inclui uma plataforma digital e a realização de um evento com edições nacional e internacional. A ideia destas ações é unir atores interessados o desenvolvimento regional de atividades econômicas envolvendo a chamada energia do futuro.

O vice-presidente da empresa, Diego de Carvalho, destacou que a NMB vê a Sudene como uma entidade capaz de reunir personagens de interesse para identificar, no Nordeste, oportunidades para consolidar uma cadeia produtiva do hidrogênio verde, envolvendo a iniciativa privada e o setor público. O representante adiantou que a NürnbergMesse Brasil vai lançar em maio uma plataforma digital para criar um ambiente de negócios e debates sobre o tema, culminando com a realização de um evento no Brasil e outro na Alemanha. A data de realização do encontro ainda não foi definida

Para o superintendente da Sudene, general Araújo Lima, o tema ganha destaque pela sintonia com o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). “A Sudene tem interesse em acolher sugestões sobre o hidrogênio verde. Focamos no eixo da inovação, preocupados em transformar projetos em ação. Como a Sudene cumpre a missão de ser uma instituição articuladora, queremos juntar pessoas e transformar o Nordeste em produtor de energia a partir do hidrogênio verde, a partir da discussão do tema e mobilização”, afirmou o gestor.

O encontro de hoje entre a Sudene e a NürnbergMesse Brasil foi o início de uma articulação por uma nova frente de trabalho da Sudene, fortalecendo as diretrizes preconizadas pelo PRDNE. Segundo defende o documento elaborado pela Sudene, o Nordeste apresenta forte vocação para a sustentabilidade, a partir da biodiversidade presente em seus biomas, além do potencial para o desenvolvimento da indústria de energias renováveis, com impactos consideráveis sobre as mudanças climáticas em curso. O Nordeste já registra algumas iniciativas na área de pesquisa e produção de hidrogênio verde, a exemplo do Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco e o Porto de Pecém, no Ceará, local no qual deve entrar em operação até o final deste ano uma usina de hidrogênio verde com capacidade de produção de 250 Nm3/h.

De acordo com estudo da McKinsey & Company, o mercado Brasileiro de produção de energia a partir do hidrogênio verde possui potencial de receita estimado entre US$ 15 a 20 bilhões em 2040. O levantamento também mostrou que o Brasil está entre está entre os países mais competitivos para produção de hidrogênio verde no mundo. O custo nivelado do hidrogênio (LCOH4) verde brasileiro ficaria ao redor de 1,50 USD/kg de H2 em 2030, valor compatível com as às melhores localizações dos EUA, Austrália, Espanha e Arábia Saudita. O valor deve cair para 1,25 USD/kg de H2 em 2040.

Fonte: Gazeta Norte Mineira

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