Nematoides: o que são, como vivem, do que se alimentam, e por que se preocupar?

Pequenos organismos que vivem no solo e alimentam-se principalmente das raízes das plantas, os fitonematoides causam um prejuízo inversamente proporcional ao seu tamanho em lavouras do mundo inteiro

Nesta semana, de 21 a 24 de agosto, especialistas em saúde do solo e participam o 38ª Congresso Brasileiro de Nematologia, em Cuiabá (MT). Com um tema voltado ao futuro, tecnologia e sustentabilidade, o encontro tem por objetivo compartilhar pesquisas e novidades, fazendo chegar todo este conhecimento científico ao cotidiano das lavouras. Mas afinal; o que são os tais nematoides e por que merecem assim tanta atenção?

Pequenos organismos que vivem no solo e alimentam-se principalmente das raízes das plantas, os fitonematoides causam um prejuízo inversamente proporcional ao seu tamanho em lavouras do mundo inteiro. Um estudo realizado em 2022 pela Sociedade Brasileira de Nematologia mostrou que, em menos de 10 anos, os números de perdas devido aos nematoides pode levar a um prejuízo de R$ 870 bilhões. O levantamento também demonstrou que já existe uma perda de R$ 65 milhões, principalmente em lavouras de soja, o que significa que a cada 10 safras, uma inteira é perdida.

Por estarem presentes no solo, eles atuam diretamente sobre as raízes das plantas e esse fitoparasitismo geralmente pode ser evidenciado pelo aparecimento de galhas – as quais podem ser confundidas com nódulos no caso da soja ,escurecimento do tecido da raiz e volume radicular reduzido. Já na parte aérea das plantas, os sintomas acontecem em reboleiras, ou seja, “manchas” na área de plantio, formado por plantas menores e de folhas amarelas.

É importante destacar que as folhas amarelas são consequência da deficiência nutricional, e este é um sintoma reflexo do fitoparasitismo do nematoide, uma vez que ele atua destruindo a raiz e tornando a planta ineficiente para a absorção de água e nutrientes do solo.

Biológicos já são 3/4 do mercado

Todos esses sintomas culminam com queda na produção da cultura e, portanto, na rentabilidade do negócio. “Por isso a importância de um controle eficiente”, alerta o engenheiro agrônomo, mestre em nutrição de plantas e doutor em fisiologia dos cultivos agrícolas, Reinaldo Bonnecarrere. “Os produtores já reconhecem a seriedade da ameaça e porque fazer um bom manejo preventivo e de controle da incidência. O investimento dos brasileiros em fitonematicidas cresceu dez vezes nas últimas oito safras, passando de R$ 160 milhões em 014/15 para R$ 1,56 bilhão na safra 2021/22”, comenta.

Diretor de Biológicos da Indigo Agricultura (startup norte-americana de tecnologias para uma agricultura mais sustentável), Bonnecarrere destaca que as soluções biológicas já são a principal opção dos agricultores brasileiros para este controle. “Se pegarmos este mesmo recorte de tempo, a gente observa que em 2015 os químicos respondiam por 94% deste mercado, enquanto os biológicos levavam uma fatia de apenas 6% nas vendas. No último ano, vimos menos de 25% do investimento irem para nematicidas químicos e 75% para bionematicida, ou nematicidas biológicos”.

Segundo o especialista, diversos motivos impulsionaram esta inversão. O primeiro – e principal – fator é a excelente eficácia do controle dos nematoides. Outros pontos fortes são a atuação prolongada dos bionematicidas e o fato de não incitarem resistência das pragas, a baixa (ou nula) toxicidade o que garante segurança ao meio ambiente. “E impulsiona ainda a troca dos químicos pelos bionematicida a constatação de que as tecnologias biológicas agregam, ao controle dos alvos, diversos outros benefícios às plantas, como um melhor desenvolvimento radicular, melhor estabelecimento nas áreas e, inclusive, maior tolerância a condições adversas, como stress hídrico”, explica o diretor de Biológicos da Indigo.

Há poucos meses, a empresa lançou seu primeiro bionematicida no Brasil. A tecnologia exclusiva, batizada de biotrinsic bionematicida, é a primeira do país desenvolvida à base de Pseudomonas oryzihabitans, um microorganismo endofítico naturalmente encontrado nos tecidos das plantas, que possibilita uma melhor absorção e eficiência em menor tempo. “São bactérias especialmente adequadas para o combate aos nematoides, porque são capazes de crescer em uma ampla faixa de temperatura, pH e salinidade. Elas têm capacidade de metabolizar uma grande variedade de compostos orgânicos, o que ajuda na absorção de nutrientes, na proteção contra patógenos e no estímulo ao crescimento da planta”, conclui Bonnecarrere. “Um desenvolvimento tecnológico que se tornou possível por podermos contar com o maior banco de microrganismos do mundo, unindo biotecnologia, inteligência artificial e tecnologias digitais na seleção de microrganismos para tornar a agricultura brasileira mais produtiva, rentável e sustentável”, conclui.

No site da Indigo, você encontra mais informações e dicas sobre o manejo de fitonematoides, cuidados para evitar sua propagação e as tecnologias biotrinsic no Brasil. Clique aqui e fique por dentro!

Sobre a Indigo 

A Indigo melhora a rentabilidade do produtor, a sustentabilidade ambiental e a saúde do consumidor por meio do uso de microbiologia natural e tecnologias digitais. As descobertas científicas e as plataformas digitais da empresa beneficiam dezenas de milhares de produtores em milhões de hectares. Trabalhando em toda a cadeia de abastecimento, a Indigo está promovendo sua missão de aproveitar o poder da natureza para ajudar os produtores a alimentar o planeta de forma sustentável. Em 2019, a Indigo promoveu o evento inaugural chamado Beneficial Ag entre takeholders para cultivar uma comunidade crescente em torno da noção de que a agricultura pode ser mais benéfica para as pessoas e o planeta, que serviu para o lançamento do Indigo Carbon - um programa que incentiva produtores a adotarem práticas de agricultura regenerativa, permitindo removerem o dióxido de carbono da atmosfera, melhorarem a saúde do solo e serem remunerados pela venda de créditos de carbono. Classificada em primeiro lugar na lista Disruptor 50 da CNBC em 2019, a Indigo está sediada em Boston (Massachusetts, EUA), com escritórios adicionais em Memphis (Tennessee, EUA); Research Triangle Park (Carolina do Norte, EUA); América do Sul (Buenos Aires e São Paulo); e Basel (Suíça).  

Sobre a Indigo LATAM 

A Indigo chegou na Argentina em 2017 e no Brasil em 2018. Em 2020, a empresa decidiu unificar as operações cujas geografias são aquelas onde a oferta biológica da empresa possuem a maior penetração de mercado. A Indigo LATAM tem peso significativo no faturamento mundial da startup com biológicos e seus produtos estão presentes em mais de um milhão de hectares espalhados pelos dois países.   A principal solução da empresa, disponível em ambos os territórios, é Indigo Ag Finance, uma ferramenta para simplificar o acesso ao crédito para o produtor rural, que o permite financiar suas sementes, biológicos e até o fertilizante, pagando apenas no prazo safra. O Indigo Ag Finance foi o primeiro produto estruturado e lançado fora da matriz nos Estados Unidos.

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