Em noite para ficar marcada na história do Nelore Pintado, uma das mais importantes doadoras da raça alcançou a valorização em quase R$ 700 mil reais
A noite da última terça-feira (29) foi de grande emoção e oportunidade para quem é fã do Nelore Pintado. A Marca V3, um dos criatórios mais tradicionais da raça promoveu o “V3 Sem Reservas“, um leilão dedicado a comercialização de matrizes doadoras e bezerras, uma venda inédita em mais de sessenta anos de seleção da Fazenda Bela Olinda em Paranaíba, Mato Grosso do Sul. Transmitido pelo Canal Rural e Lance Rural, o evento foi um sucesso, com destaque absoluto para a matriz pintada de preto LAJOTA L. CANÇADO.
A matriz foi comercializada em 50% das suas cotas por R$ 345.000,00 o que gerou uma valorização de R$ 690.000,00, um recorde absoluto para a raça. LAJOTA é consolidada como uma das melhores doadoras da raça, tendo produzido além de touros de central, animais diferenciados e doadoras dentro da Seleção Nelore V3. Ela é mãe dos destaques absolutos BANNER FIV V3, DIVISOR FIV e BURGUÊS FIV V3 e já vem prenhe do Resgate L. CANÇADO.
Confira o momento em que o recorde é batido no leilão:
No quesito valores outra que se destacou no leilão foi a LAMBISGÓIA L. CANÇADO, doadora de destaque no plantel que saiu por R$ 339.000,00. Filha do DHADDO L. CANÇADO em vaca OFFÍDICO DA CAFÉ, LAMBISGÓIA é uma doadora provada, tendo produzido inúmeros animais de destaque, como por exemplo a grande FENIX V3, uma fêmea que dispensa comentários.
Outra destaque no leilão foi a comercialização da matriz Dama V3, a fêmea nascida em 2016 alcançou o peso de 1.010 Kg (isso mesmo, uma tonelada de peso e genética), um verdadeiro vagão. Na batida do martelo ela alcançou o valor de R$ 276.000,00.
Quem acompanha a evolução da raça Nelore Pintado no Brasil, e acompanhou o leilão ontem da Marca V3 pôde ver e sentir com clareza o quanto essa raça vem crescendo em ritmo acelerado e se destacando no mercado brasileiro cada dia mais. Inclusive aqui na Compre Rural nós já falamos, para quem tem dúvidas, sobre as diferenças entre o Nelore Padrão e o Pintado.
As cores do Nelore trazem muitos curiosos e admiradores, o malhado de preto e branco e malhado de vermelho e branco são os mais comuns, entretanto há outras ainda mais exóticas, como vermelho, vermelho tapado, branco e cinza e tabaco. Mais comuns, os pintados tem feito muitos apaixonados e adeptos pelo Brasil, uma das constatações desse fato é o sucesso que os animais fazem nas redes sociais, sempre com milhares de curtidas. A Marca V3, por exemplo, tem mais de 115 mil seguidores só no Instagram.
“Para nós que somos criadores e entusiastas da raça, ficamos muito felizes com todo esse sucesso e ao mesmo tempo agradecidos por estarmos participando de tudo isso de perto. A raça Nelore Pintado veio pra ficar, pois além de ter uma pelagem diferenciada, que é o que atrai a atenção num primeiro momento, em termos de genética e morfologia já atinge patamares elevados quando comparado com o Nelore Padrão. Os animais vem apresentando muita precocidade, qualidade de carcaça, comprimento, rápido ganho de peso e estrutura. Não podemos esquecer que trata-se de uma raça de corte, então precisa ter peso e carne, portanto optar pela seleção de animais bonitos, mas com qualidade genética é muito importante” – nos contou o criador de Nelore Pintado e Padrão, Victor Siqueira da Fazenda Santa Rita em Mira Estrela (SP).
Pra quem perdeu essa oportunidade ainda dá tempo de aproveitar o Leilão Virtual Touros V3 Nelore Pintado PO e Fazenda Reata que acontece no próximo sábado, 03 de Julho às 10h da manhã com transmissão do Canal Rural.
Origem do Nelore Pintado – Marca V3
O Nelore V3 tem como objetivo inicial, dar continuidade no processo de seleção iniciado por Walmir Lopes Cançado na Fazenda Café no município de Paranaíba – MS. Onde o mesmo foi responsável pelo primeiro registro genealógico do Nelore Pintado no Brasil, com touro o Pintor da Café. O criterioso trabalho deste selecionador, que segundo seus contemporâneos “era um desbravador de fazendas e muito sábio ao escolher uma rês”.
No entanto, a base para essa seleção surgiria na década de 1920, através de animais descendentes do touro Pintor Importado, de propriedade do coronel Manoel Andrade (conhecido como “Neca Andrade”), um dos pioneiros criadores de Nelore na região do Triângulo Mineiro. A partir de 1953, iniciava-se então uma seleção de gado que em além de buscar animais bons, selecionava-se também a pelagem (preto-branco e vermelho-branco), e tão logo Sr. Walmir já tinha 1300 vacas pintadas nas férteis terras do bolsão, como é conhecido o sudeste Sul-matogrossense.