Qual impacto dos carrapatos na produção e qual relação da raça com a infestação desses parasitas que assolam e trazem prejuízos?
Independente da raça utilizada, Zebuíno ou Europeu, os carrapatos são um grande problema e, muita das vezes, um prejuízo invisível e assustador para o pecuarista. O cuidado é essencial e representa grande impacto no desempenho animal.
O Brasil tem um prejuízo anual de US$ 3,2 bilhões com os carrapatos em sua bovinocultura, ou mais de R$ 12,4 bilhões de acordo com a taxa de câmbio atual. Pela relevância do problema, o ectoparasita tem sido uma das grandes preocupações da Embrapa e foi tema de mais um episódio da série especial Embrapa em Ação.
O prejuízo do pecuarista começa com a infestação superior a 50 carrapatos por dia
“O carrapato é um problema que está todo dia na fazenda e as pessoas não se preocupam em quantificar esse problema e fazer estratégias de controle de forma mais técnica, o que seria fundamental para ganhar rentabilidade quando se investe em gado europeu ou cruzado, que são as raças mais suscetíveis ao carrapato”, afirmou em entrevista o médico veterinário e pesquisador da Embrapa Gado de Corte Renato Andreotti, mestre e doutor em ciências biológicas.
Como os animais cruzados têm ganhando espaço na pecuária brasileira, o problema se agrava. Andreotti afirmou que a expectativa que o pecuarista tem de produzir até 25 kg a mais de carne por animal cruzado na comparação com o Nelore puro pode não se confirmar, caso haja infestação significativa pelo parasita.
Andreotti quantificou que em animais Nelore a produção média de carrapatos por dia é de 5 a 15 espécimes, enquanto nos animais cruzados o mesmo número chega a 120, sendo que o prejuízo do pecuarista começa com a infestação superior a 50 carrapatos por dia.
E quanto aos produtores que acreditam que ao criar animais Nelore e cruzados juntos em um mesmo piquete pode reduzir a infestação? Andreotti rechaçou a eficácia deste manejo.
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“Nós temos dados de pesquisa que dizem que ele não vai controlar e vai ter que acabar tratando junto o gado Nelore e o cruzado”, disse.
Em depoimento, o veterinário apresentou algumas das novas soluções propostas pela empresa de pesquisa, como a ducha veterinária e uma vacina que está sendo desenvolvida, ressaltando que qualquer que seja o método de controle, ele deve ser aplicado de acordo com uma estratégia pré-estabelecida que começa, em linhas gerais, no final do período seco.
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