Mulheres ganham espaço no campo e profissionalização avança no agronegócio

Pesquisa mostra que para mais de 80% das mulheres o gênero é considerado irrelevante para o progresso da carreira no agronegócio.

O agronegócio responde por cerca de 23% do PIB no Brasil. Mas, apesar da participação significativa do setor na economia brasileira, até pouco tempo governança e participação feminina eram temas secundários nas discussões do segmento. Mas, isso mudou e as mulheres assumiram mais espaço nos negócios do campo. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, atualmente as mulheres respondem por 34% dos cargos de liderança em fazendas. E essa é apenas uma das consequências da profissionalização pela qual os negócios rurais têm passado nos últimos anos.

Por causa do aumento da complexidade do agronegócio, conceitos como governança e busca por negócios mais sustentáveis começaram a ocupar a pauta do setor rural com constância e consistência. E na esteira da modernização da gestão, as mulheres acabam por assumir mais cargos e papéis de liderança nesse tipo de negócio. “O agronegócio tem uma característica forte no Brasil, em sua grande maioria são negócios familiares e que, até pouco tempo, seguiam uma estrutura patriarcal. Isso mudou e mudou rapidamente, atualmente as mulheres estão à frente desses negócios e pesquisas já mostram que na percepção delas a questão de gênero não tem mais relevância no negócios familiares e nos processos de sucessão”, afirma Gilson Faust, executivo da GoNext.

De acordo com a pesquisa “Governança e gestão do patrimônio das famílias do agronegócio” realizada pela Fundação Dom Cabral no ano passado, para 69% das mulheres que responderam à pesquisa, o gênero não é relevante na tomada de decisões sobre uso do dinheiro e de investimentos nas famílias empresárias do agronegócio e, para 81% delas, esse também não é um atributo relevante no processo de sucessão. Na visão das mulheres do campo, elas são reconhecidas nas fazendas por sua capacidade de liderança, independente do gênero, sendo que 83% daquelas que fazem parte das novas gerações encontram maior abertura para assumir posições de chefia. Esses dados comprovam que as mudanças culturais passaram a fazer parte da agenda cotidiana do setor do agronegócio.

Fonte: Ascom

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