Decreto impede acesso a praças na quarentena do coronavírus. Silvana Tavares Zavatti disse que fazia exercícios sozinha e que mordeu a agente porque não conseguia respirar. Polícia apura.
A Guarda Civil Municipal (GCM) de Araraquara (SP) deteve uma mulher de 44 anos, após ela reagir a uma abordagem por descumprimento de um decreto municipal de quarentena do coronavírus em uma praça, na manhã desta segunda-feira (13). Durante a abordagem, na Vila Harmonia, a administradora de empresas Silvana Tavares Zavatti chegou a morder o braço de uma das guardas que fazia a detenção.
Segundo a prefeitura, a mulher pode responder por desacato a autoridade, descumprimento do decreto municipal e, também, por infringir a lei que determina o impedimento de propagação de doença contagiosa.
A administradora de empresas alegou que Constituição garante o direito de ir e vir e mordeu a agente municipal porque não conseguia respirar (veja mais abaixo).
O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Araraquara como infração de medida sanitária preventiva e resistência e será investigado. A cidade tem 28 casos confirmados de Covid-19, sendo duas mortes. Outros 28 estão em investigação.
Abordagem
De acordo com o boletim de ocorrência, Silvana estava na Praça dos Advogados, localizada na Avenida Napoleão Selmi Dei, quando foi abordada por três guardas municipais, que solicitaram a saída dela do espaço com base no decreto municipal.
A medida “proíbe acesso da população aos equipamentos públicos, parques e praças municipais de lazer, desporto e cultura”.
A administradora de empresas se recusou a sair alegando respaldo no “direito de ir e vir”, da Constituição Federal, e permaneceu no local.
Segundo o B.O., os guardas solicitaram a presença do coordenador executivo de Segurança Pública, Tenente Eudes Abraão, que deu voz de prisão à Silvana. Ela resistiu, foi imobilizada, algemada e levada até à delegacia. Silvana foi liberada em seguida.
Repúdio
Após ser apresentada na delegacia, a administradora de empresas alegou que estava na praça fazendo a sua caminhada sozinha para aumentar a imunidade e afirmou estar inconformada com a forma que foi tratada.
“Eu sou uma pessoa livre, eu estava fazendo apenas atividade física, não tinha necessidade de fazer toda essa agressão, cinco pessoas em cima de mim, eu estou toda machucada, eu não conseguia nem respirar, foi a hora que eu mordi a GCM”, contou.
O advogado de Silvana, Marcelo Monje, repudiou a forma que o coordenador executivo de Segurança Pública de Araraquara conduziu a ação contra a sua cliente.
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“O Sr. Eudes chegou, deu voz de prisão e, com todo o seu peso e força física, ele montou em cima da vítima e pisou no calcanhar dela. Veio um [guarda] e deu um mata leão nela, a agente pegou no braço dela para torcer para colocar algema”, contou.
Segundo o advogado, foi solicitado corpo de delito em Silvana para comprovar as agressões. Ela deve dar depoimento na delegacia na quinta-feira (16).