O ano começou como era esperado, uma baixa oferta de animais para abate e um mercado interno patinando no consumo; Frigoríficos estão preocupados!
A utilização de frigoríficos em Mato Grosso, Estado com o maior rebanho bovino do país, recuou em 2021 na comparação com o ano anterior. Segundo levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a utilização real (que considera apenas a capacidade de abate das unidades que estão em operação) das plantas caiu 6 pontos percentuais, para 46,3%. No universo total de frigoríficos, o nível de utilização diminuiu 6,34 pontos, para 69,7%.
De acordo com o Imea, o aumento da ociosidade industrial deveu-se ao declínio da oferta de animais no período – em 2021, a retenção das fêmeas no Estado foi a maior dos últimos anos. Como alento, o instituto indicou melhora nos índices de utilização das plantas entre novembro e dezembro, ocorrida como reflexo da retomada das exportações à China e da demanda gerada pelas festas de fim de ano.
“Para janeiro, a logística tem trazido preocupações nas regiões norte e noroeste do Estado devido ao ritmo dos abates nas instalações, uma vez que as intensas chuvas têm dificultado o tráfego dos caminhões nas estradas”, alertou o Imea, em relatório.
No fechamento de 2021, a utilização total e real dos frigoríficos apresentou recuo de 6,34 p.p. e 6,02 p.p., respectivamente, ante a 2020, e o indicadores ficaram na média de 69,75% e 46,35%, na mesma ordem. Essa crescente ociosidade industrial foi pautada na menor oferta de animais no período, visto que a retenção das fêmeas foi a maior dos últimos anos no estado.
No entanto, no comparativo de dez.21 ante a nov.21, a utilização real aumentou 13,24 p.p., e ficou na média de 72,16%. O aquecimento do consumo interno no final do ano e o retorno das compras chinesas influenciaram para um aumento na demanda por bovinos por parte dos frigoríficos. Já no curto prazo, para jan.22, a logística tem trazido preocupações nas regiões norte e noroeste do estado devido ao ritmo dos abates nas instalações, uma vez que as intensas chuvas têm dificultado o tráfego dos caminhões nas estradas.
INCREMENTO: apesar da menor procura por carne, a menor oferta de animais resultou no avanço de apenas 0,24% no preço da arroba do boi gordo ante a semana passada.
LEVE QUEDA: as cotações da arroba da vaca gorda ficaram praticamente estáveis no comparativo semanal, e o indicador ficou na média de R$ 296,16/@ em Mato Grosso.
DECRÉSCIMO: diante do recuo nas negociações, o preço do bezerro de ano apresentou queda de 1,02% ante a semana passada e ficou na média de R$ 3.118,88 cab./cab.
Março pode marcar o teto máximo da arroba em contratos futuros em Mato Grosso
As cotações médias da arroba futura do boi gordo apontam para um teto máximo no preço em mar.22 e queda a partir de mai.22 em MT, segundo a B3, considerando o diferencial de base MT-SP. O último quadrimestre de 2021 foi marcado por oscilações intensas na arroba do boi gordo, principalmente devido à saída temporária da China das compras da proteína.
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Mas, com a reviravolta do mercado, o mês de dez.21 fechou com valorizações no indicador e o ano de 2022 começou com novos patamares recordes, em termos nominais, na precificação da arroba (média de R$ 309,94 em jan.22).
Além disso, de acordo com a B3, esse movimento de alta tende a se manter por dois meses, alcançando um novo recorde em mar.22. No entanto, para meados de mai.21, período da safra do boi gordo, os preços apontam redução de cerca de 1,17% ante ao que foi observado em jan.22, e estima-se que a cotação fique próxima de R$ 306,30/@.