Mercado financeiro já aportou valores que permitem cooperativas do MST custearem produção e investirem em equipamentos agroindustriais. MST recebe R$ 42 milhões do mercado financeiro!
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) recebe, desde 2020, contribuições do mercado financeiro através do Finapop (Financiamento Popular da Agricultura Familiar). Dessa forma, o programa garante aos pequenos agricultores, como os do MST, o apoio no financiamento da produção de alimentos orgânicos. Dessa forma, precisamos separar o que são os produtores do MST, daqueles que apenas realizam a “baderna e invasão” das propriedades sem o intuito de produzir alimentos.
Entretanto, ainda existe uma grande parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra que segue realizando invasões pelo Brasil. Para se ter uma ideia, o principal líder, João Pedro Stedile já havia anunciado o retorno de “ mobilizações de massa ” caso o ex-presidente Lula fosse vitorioso das eleições de outubro. Vamos discutir isso ao final do conteúdo, vamos antes, falar sobre a parte do movimento que produz alimentos e utiliza o capitalismo para financiar a produção!
De acordo com a engenheira agrônoma e coordenadora do Finapop, Ana Terra, em entrevista ao portal UOL, o Finapop é uma empresa “formada a partir da vontade de um grupo de investidores e de cooperativas produtoras de alimentos, que realizam investimentos de impacto em áreas de Reforma Agrária”.
Como o Finapop surgiu?
O Finapop surgiu a partir da iniciativa de um grupo de investidores que articulou um CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) com o objetivo de contribuir com a instalação de um frigorífico em uma cooperativa do MST.
Assim, a parceria com empresas como o Grupo Gaia, a princípio, transformou a iniciativa, “estruturando diferentes modalidades de investimento para a realização de um CRA, que beneficiou 7 cooperativas”, explicou Terra.
Desse modo, o projeto se expandiu e fechou parcerias com diversas outras empresas, alcançando um total de 59 projetos de investimento em 48 organizações.
“Fomos estruturando diferentes modalidades de investimento, atuando em parcerias, como com o Grupo Gaia, para a realização de um CRA, que beneficiou 7 cooperativas”, afirma Terra.
Como funciona o Finapop, programa que investe no MST?
O Finapop tem como princípio ser um financiamento rentável tanto para os investidores quanto para quem recebe o investimento, como o MST. Dessa forma, o Finapop atua em três frentes:
- Captação de recursos com ajuda de investidores;
- Qualificação de projetos junto a cooperativas;
- Acompanhamento de investimentos.
“Para os agricultores, o recurso é utilizado para diferentes modalidades, de forma a custear a produção de alimentos agroecológicos, garantir infraestrutura de mecanização e capital de giro para compra de matéria-prima”, explicou Terra ao portal UOL.
Quem pode investir no Finapop?
Atualmente, os investimentos já somam R$ 42 milhões. É possível investir em linhas como a CAPEX, investimentos produtivos, e o capital de giro. O valor inicial para investimento é de R$ 100.
“Neste momento, temos por exemplo, um investimento feito pela GAIA para a compra de uma embaladora de grãos a vácuo em uma cooperativa de São Paulo. Neste investimento, a GAIA investe o recurso e a cooperativa dá como garantia seu estoque e as máquinas. Em três anos se devolve o recurso investido”, contou Terra.
Outro ‘modo’ de investimento é na linha de Capital de Giro. “Nesse, os investimentos são destinados às cooperativas que já têm agroindústrias e um processo comercial articulado, recebendo recursos para compra de matéria-prima dos seus associados. Por exemplo, uma cooperativa que trabalha com café, que precisa comprar no momento da safra para industrializar esse café e vendê-lo ao longo do ano”, conta Terra.
De acordo com a coordenadora do Finapop, o financiamento é uma oportunidade de impacto positivo. Para Terra, “o Finapop contribui para que se consolide uma economia pautada na preservação do meio ambiente e na superação das desigualdades sociais, com a produção de alimentos saudáveis protagonizada pelas cooperativas”.
Governo Lula nem tomou posse e a invasões já começaram
Diante da vitória do petista, estamos vendo a retomada das invasões de fazendas representando uma interrupção na série histórica de queda de ocupações ilegais de propriedades rurais.
Levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mostra que desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) invasões de terra vêm apresentando redução significativa. Nos oito anos de FHC, foram 2.442 invasões, média de 305 por ano. Nos dois mandatos de Lula (2003-2010), a média foi de 246 ocupações ao ano, ou 1.968 no período. Na administração Dilma Rousseff (2011-2016) foram 162, em média, por ano e sob Michel Temer (2016-2018), a média anual foi de 27. No governo do presidente Jair Bolsonaro , o Incra informa que foram nove invasões por ano .
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Lula e as invasões de terra, por Xico Graziano
Quando Lula, antes ainda de vencer a eleição, disse que o MST não invade terras produtivas, ele faltou com a verdade. Omitiu seus próprios atos. Em decorrência das invasões, sempre conturbadas, o Incra passou a realizar verdadeiros negócios com proprietários rurais. Contaminados pela política corrupta, viraram negociatas.
Quem entende desse assunto sabe que era corriqueiro fazendeiros endividados organizarem, eles mesmos, “invasões” de suas terras, com o intuito de vende-las por elevado valor ao governo.
Operava no governo Lula uma verdadeira indústria da invasão de terras.
Tais conflitos agrários servem de roteiro político para a invasão e posterior compra das terras via Incra. A escolha pouco tem a ver com a produtividade das fazendas. Bilhões de reais são gastos para driblar a Justiça e atender ao MST. Posso afirmar, seguramente, que acabou o tempo da reforma agrária no Brasil. A tarefa agora é tentar viabilizar os assentamentos rurais, que atenderam perto de 1 milhão de famílias.
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