MST já fez 9 invasões em ‘Abril Vermelho’

Entre as áreas alvo estão centros de pesquisa pertencentes à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e à Comissão Executiva do Plano de Cultivo do Cacau (Ceplac), ambos vinculados ao Ministério da Agricultura; confira

Como parte da Luta Nacional em Defesa da Reforma Agrária, comumente conhecida como “Abril Vermelho”, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou nove invasões em todo o Brasil somente neste mês. Em nota divulgada nesta segunda-feira, 15 de abril, o movimento informou que invadiu áreas nos estados do Ceará, Goiás, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Essas invasões se somam às terras já ocupadas em Itabela, sul da Bahia, na semana passada, e a duas áreas em Pernambuco, uma em Petrolina no domingo, 14 de abril.

Entre as áreas alvo estão centros de pesquisa pertencentes à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e à Comissão Executiva do Plano de Cultivo do Cacau (Ceplac), ambos vinculados ao Ministério da Agricultura. O MST exige estas terras para assentamento e reforma agrária, sublinhando a necessidade urgente de reformas para garantir a produção de alimentos saudáveis ​​para as populações rurais e urbanas, combater a fome e promover o desenvolvimento agrícola, social, económico e político do país.

A maior ação aconteceu no Pará, onde aproximadamente 5 mil famílias invadiram a Fazenda Aquidoana, no município de Parauapebas. A intenção é garantir a propriedade para a instalação de acampamentos. No Distrito Federal, mil famílias do MST ocupam uma área de 8 mil hectares da falida fábrica da CBB em Vila Boa de Goiás.

Em São Paulo, 200 famílias do movimento invadiram a Fazenda Mariana, em Campinas, área de 200 hectares considerada improdutiva pelo MST. Em Goiás, 400 famílias invadiram o imóvel Sítio Novo, em Itaberaí.

No Ceará, cerca de 200 famílias invadiram uma área de 800 hectares da Fazenda Curralinhos, no município de Crateús. A fazenda está localizada no perímetro da Barragem Lago de Fronteiras, obra do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS). No Rio de Janeiro, cerca de 300 famílias estão acampadas às margens da rodovia BR 101, em Campos dos Goytacazes.

As ações do MST acontecem pouco antes do lançamento, pelo governo federal, do Programa Terra para Gente, para agilizar a instalação de assentamentos familiares no país. O programa, prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado, visa destinar terras improdutivas e vagas para reforma agrária e demarcação para comunidades quilombolas. A iniciativa do governo visa prevenir uma onda de invasões do movimento esperada para este mês.

Sobre o ‘Abril Vermelho’

No cenário agrário brasileiro, o mês de abril é frequentemente marcado por intensas atividades e manifestações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Este ano, não é diferente, com o movimento prometendo novas invasões de terra em diversas regiões do país. As ações planejadas pelo MST geram debates acalorados sobre direitos à terra, reforma agrária e desigualdade social. Por outro lado, os pecuaristas brasileiros tentam se unir para coibir e barrar possíveis invasões e danos as propriedades privadas.

Em uma coletiva de imprensa, João Pedro Stédile, um dos líderes do MST, reiterou o compromisso do movimento com a luta pela distribuição de terras no Brasil. “O Abril Vermelho é um momento de resistência e de reivindicação dos trabalhadores rurais sem terra”, afirmou Stédile. “Estamos preparados para intensificar nossas ações e ocupações de terra como forma de pressionar o governo a implementar políticas efetivas de reforma agrária.”

As promessas de novas invasões de terra pelo movimento levantam questões sobre os desafios e impactos dessas ações. Enquanto os sem-terra reivindicam seu direito à terra e à subsistência, os proprietários rurais e o setor do agronegócio expressam preocupações com a segurança jurídica e a estabilidade econômica das áreas invadidas.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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