MST invade fazenda de 800 hectares em Crateús

A ação faz parte de um esforço coordenado do MST em vários estados nesta segunda-feira, 15. Ao lado do Ceará, surgiram relatos de ocupações de terras em Goiás, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal; confira

Na madrugada desta segunda-feira, cerca de 200 famílias filiadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tomaram o controle da Fazenda Curralinhos, localizada no município de Crateús, a aproximadamente 359,1 km de Fortaleza. A ação faz parte de um esforço coordenado do MST em vários estados na segunda-feira. Ao lado do Ceará, surgiram relatos de ocupações de terras em Goiás, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Esses acontecimentos se somam às duas áreas ocupadas no domingo, uma em Petrolina (PE), e outra invadida na semana passada em Itabela, sul da Bahia, indicando um aumento nas atividades de ocupação de terras pelo movimento.

No Ceará, o MST pretende chamar a atenção para o que entende como a priorização dos interesses econômicos em detrimento dos direitos das famílias atingidas pela barragem. O movimento exige a desapropriação da Fazenda Curralinhos e dos 5 mil hectares destinados à agricultura irrigada na Barragem Lago de Fronteiras para a construção de assentamentos.

Além disso, o MST exige dotações orçamentais do Governo Federal para agilizar o acesso às famílias aos direitos garantidos. Pretendem também a criação de um plano nacional para o assentamento das mais de 60 mil famílias que actualmente acampam em todo o país, juntamente com políticas de crédito garantidas para as famílias assentadas e investimento em infra-estruturas.

Esta ação se alinha à Luta Nacional pela Reforma Agrária, em comemoração ao Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, onde 21 trabalhadores sem terra foram mortos durante um protesto pela desapropriação de terras.

O momento das ações do MST coincide com o iminente lançamento do Programa Terra para Gente pelo governo federal. Este programa, prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visa destinar terras improdutivas e vagas para reforma agrária e demarcação para comunidades quilombolas.

Notadamente, a maior ação ocorreu no Pará, onde aproximadamente 5 mil famílias invadiram a Fazenda Aquidoana, no município de Parauapebas. Além disso, no Distrito Federal, mil famílias do MST ocupam uma área de 8 mil hectares da falida fábrica da CBB em Vila Boa de Goiás. Em São Paulo, 200 famílias invadiram a Fazenda Mariana, em Campinas, e em Goiás, 400 famílias invadiram a propriedade Sítio Novo, em Itaberaí.

As áreas invadidas pelo MST incluem instalações de pesquisa pertencentes à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e à Comissão Executiva do Plano da Agricultura do Cacau (Ceplac), ambas vinculadas ao Ministério da Agricultura, indicando um desafio direto às políticas do governo federal.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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