Abreu já ocupou esse ministério no segundo mandato de Dilma Rousseff e seu atual mandato no Senado se encerra em fevereiro.
Setores da esquerda, movimentos sociais – como o MST – e deputados do núcleo agrário do PT estariam descontentes com a possível indicação da senadora Kátia Abreu (PP-TO) para o Ministério da Agricultura. Tais setores atuam pela volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas com outra denominação, que pode ser Ministério da Terra e da Agricultura Familiar.
Na transição, o Grupo de Trabalho desse setor agrário preparou um relatório com a defesa da volta dessa pasta e, mais, com a inclusão de órgãos hoje vinculados ao Ministério da Agricultura, como a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), essa mais delicada.
A senadora já se manifestou que a Conab e Embrapa são importantes na Agricultura. Ela resiste a desmembrar a pasta para atender a um novo ministério da reforma agrária. Abreu já ocupou esse ministério no segundo mandato de Dilma Rousseff e seu atual mandato no Senado se encerra em fevereiro.
O nome do deputado federal Neri Geller (PP-MT) é o preferido pelos movimentos sociais e esses deputados petistas para assumir a Agricultura. Geller já conversou com o deputado Pedro Uczai (PT-SC), coordenador do GT do Desenvolvimento Agrário, e informou que não se opõe à transferência da Conab para essa nova pasta.
Há certas resistências a essas mudanças, no GT do Agronegócio, mas a decisão final será do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que jantou na noite da última quinta-feira na casa de Kátia Abreu. Lula estava acompanhado da mulher, Janja Lula da Silva, e de outros políticos, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e os também senadores Marcelo Castro (MDB-PI), Davi Alcolumbre (União-AP), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores da campanha do petista.
Mas quais as reais chances de Kátia Abreu assumir o Ministério da Agricultura? A verdade é que falta apoio para a senadora na transição do governo Lula e no empresariado ligado ao agronegócio. De fato Kátia Abreu é bem próxima à ex-presidente, Dilma Rousseff, mas tem chance perto de zero de assumir a pasta neste terceiro mandato de Lula.
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O nome de Kátia tem forte rejeição na transição do governo Lula e entre o grande empresariado do agronegócio. Mas ela tem provocado ruídos na transição. Uma pessoa que convive com a senadora disse que a relação é semelhante à de uma “bola de boliche em uma loja de cristais”.
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