Morte de 200 bois Nelore e abandono de 900 animais

Rebanho de gado nelore é encontrado em situação de abandono; Equipes da Secretaria de Meio Ambiente e dos bombeiros resgataram mais de 900 animais com fome e sede, muitos não sobreviveram.

Um rebanho de gado nelore de mais de 900 bois foi encontrado em situação de abandono em fazenda de Goiás. Equipes da Secretaria de Meio Ambiente e dos bombeiros resgataram os animais com fome e sede. Muitos não sobreviveram. Segundo informações, foram cerca de 200 carcaças encontradas ao longo da propriedade, muitas ainda em situação de decomposição.

A fazenda tinha mas de 1000 hectares e fica em Guarani de Goiás, cerca de 550 km da Capital do Estado. Na área, devastada pela seca e sem pasto, os animais lutavam pela sobrevivência. O proprietário será multado e terá todos os animais apreendidos e destinados para a doação. A delegacia da polícia civil de Posse está apurando o crime ambiental.

Vários animais morrendo de inanição, muitos já mortos. Os cadáveres em decomposição, a putrefação no ar. Outros animais em estado emergencial, de risco de vida iminente”, comenta Andréi Vulcanis, secretaria estadual do Meio Ambiente.

Ela também diz que havia um caseiro no local, vivendo em uma casa sem banheiro, sem água, sem alimento, sem telefone e sem dinheiro. A secretaria afirma ser impossível uma única pessoa fazer o manejo de mais de 900 cabeças de gado.

Apenas um caseiro em uma casa sem água, sem banheiro e nem alimento, e sozinho para manejar mais de 900 animais. Isto é impossível. (…) [O caseiro também estava] sem recurso, sem telefone, sem dinheiro. (…) O caseiro e todos os animais estavam em completo estado de abandono”, declarou Andrea.

O Corpo de Bombeiros foi acionado. Com a ajuda de vizinhos da fazenda, improvisaram valas com lona para colocar água e alcançar o rebanho. Os primeiros animais retirados, os que conseguiam ser tocados, foram levados a um fazenda vizinha. Eram cerca de 400 bois. O restante não conseguia ser tocado.

O gerente da fazenda chegou a ser preso, mas pagou fiança de R$ 6 mil e foi liberado. Após a denúncia, a secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás embargou a fazenda, que agora fica proibida de criar rebanho para fins comerciais.

O proprietário da fazendo foi localizado pela Polícia Civil. Ele será multado e terá todos os animais apreendidos e destinados para a doação. A delegacia da polícia civil de Posse está apurando o crime ambiental.

O trabalho de resgate e assistência, além de toda a estrutura do governo de Goiás, contou com ação voluntária de vizinhos da fazenda. “A determinação aqui da Semad é de que as equipes só retornem do local quando não houver risco de morte daqueles animais”, diz Vulcanis.

Por se tratar de uma propriedade de grande porte, o Corpo de Bombeiros faz uma varredura com auxílio de drones para monitorar todo o perímetro e conferir se todos os animais foram salvos. Além disso, para evitar que animais já em decomposição causem contaminação entre o rebanho sobrevivente, em regime de urgência, maquinários estão construindo valas para o enterro das carcaças.

Medidas

“As imagens que nos encaminharam são aterrorizantes e a situação, quando da chegada das equipes, era caótica”, lamenta a secretária. Segunda ela, diante das evidências de cometimento de crime de maus tratos, estão sendo tomadas todas as medidas administrativas para que se responsabilizem os culpados .

“Durante todo esse tempo à frente da Semad nunca tinha me deparado com uma situação semelhante e de tamanha barbaridade”, lamenta Vulcanis.

A Polícia Civil já abriu inquérito para investigar os motivos que levaram os proprietários da Fazenda Botuguara a deixarem o gado nessa situação . O gerente da propriedade rural chegou a ser preso, e ouvido na Delegacia de Polícia de Posse, município vizinho, e liberado após pagamento de fiança.

Ainda de acordo com informações de Vulcanis, os donos seguem proibidos de exercerem qualquer atividade no local. Além disso, os animais, assim que restabelecidos, serão doados. (Com informações de Guilherme Nannini).

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