Única filha de Doorman classificada EX-97 no mundo, Halley Ruivinha Doorman 538 foi bicampeã Suprema das Raças e referência absoluta em genética, produção e morfologia; Morre Ruivinha aos 10 anos de idade
A pecuária leiteira brasileira perdeu, no último dia 22 de março de 2025, um dos maiores ícones de sua história. Faleceu, aos 10 anos de idade, a vaca Halley Ruivinha Doorman 538, reconhecida como uma das mais importantes e premiadas representantes da raça Holandesa no Brasil e no mundo.
Criada e pertencente à família Elgersma, de Arapoti (PR), Ruivinha não foi apenas uma campeã de pista. Ela se tornou um símbolo de excelência genética, produtividade e longevidade dentro da pecuária nacional.
Primeira EX-97 do Brasil e do mundo
Nascida em 05 de dezembro de 2014, Ruivinha marcou a história ao ser a única filha do touro Doorman classificada com EX-97, a nota máxima concedida pela Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH). No Brasil, foi a primeira vaca entre mais de 200 mil avaliadas a atingir essa classificação histórica.
Essa nota não é apenas simbólica: representa um padrão de excelência baseado em 23 critérios morfológicos e funcionais, reconhecendo um animal com extrema saúde, equilíbrio, produtividade e longevidade.
Produção de destaque
Além da morfologia impecável, Ruivinha brilhou também nos números. Durante sua vida produtiva, atingiu médias superiores a 60 litros de leite por dia, mesmo após múltiplos partos. Sua eficiência produtiva era acompanhada por uma estrutura mamária perfeita, equilíbrio corporal e saúde reprodutiva.
Halley Ruivinha Doorman a Bicampeã Suprema das Raças
Nas pistas, sua trajetória foi inquestionável. Halley Ruivinha Doorman 538 foi bicampeã Suprema das Raças na Agroleite, em 2019 e 2022 — feito inédito na pecuária brasileira. Na ocasião, enfrentou concorrentes de diferentes raças e variedades, sempre se sobressaindo pelo conjunto morfológico, equilíbrio e funcionalidade.
O título representa o reconhecimento como melhor vaca leiteira entre todas as raças participantes, um marco que consolidou Ruivinha como referência absoluta. Para Ronald Elgersma, um dos criadores, Ruivinha representava mais que um animal de alto desempenho. Era resultado de anos de dedicação, manejo criterioso e respeito ao potencial genético.
“Cada exposição era como começar um jogo do zero. Sabíamos do potencial dela, mas nunca subestimamos o esforço e dedicação que precisávamos ter para mantê-la no topo”, afirmou Ronald Elgersma, um dos criadores.
Manejo de excelência
A trajetória de Ruivinha foi construída com um manejo minucioso, aliado à genética de ponta. Ela foi criada sob cuidados especiais, em ambiente controlado e com acompanhamento diário para garantir seu bem-estar e performance.
A Capal Cooperativa Agroindustrial e autoridades do setor agropecuário reconheceram oficialmente o impacto do animal para a evolução genética do leite no Brasil.
Um legado que permanece
A morte de Ruivinha encerra um ciclo, mas seu impacto permanece através de suas descendentes, espalhadas por diversos plantéis no Brasil e no exterior.
Em nota, a Semex Brasil, uma das principais empresas de genética bovina do país, destacou:
“Ícone da raça holandesa no Brasil, deixa um grande legado em produção, conformação e genética por meio de suas progênies.”
Halley Ruivinha Doorman 538 não foi apenas uma vaca campeã. Foi um marco da pecuária nacional, símbolo de excelência genética e exemplo de como dedicação, manejo e seleção transformam um animal em uma verdadeira lenda.
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